São Paulo, segunda-feira, 5 de dezembro de 1994
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Ausência é recorde na 1ª fase da Fuvest

LUÍS PEREZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Um clima de pessimismo marcou ontem o segundo dia de exame da primeira fase da Fuvest.
Os candidatos, que acharam o primeiro dia muito difícil, tentavam esconder o nervosismo.
"Fui muito mal", afirma Cláudia Fagali, 19, candidata a jornalismo, que fez 28 pontos na primeira prova –dos 80 possíveis.
"A prova estava injusta. Muita gente que só chutou acertou mais do que eu, que pelo menos tentei resolver as questões", reclama.
Em salas de prova da USP, havia menos alunos do que no primeiro dia –realizado duas semanas antes, em 20 de novembro.
"O pessoal que foi mal deve ter aproveitado o dia, que está bonito demais para fazer prova", disse uma fiscal do local.
A previsão da fiscal se confirmou com o índice de ausência recorde registrado –quase o dobro do verificado no exame anterior.
"Em números absolutos é a maior ausência da Fuvest. Em porcentagem, é a maior dos últimos tempos", diz José Atílio Vanin, 50, vice-diretor da Fuvest, que previa uma ausência de 4,2%. "Mas, além da dificuldade da prova, tem o calor, a praia e os treineiros –candidatos que ainda não concluíram o segundo grau. Treineiro para desistir é uma maravilha", afirma Vanin.
Ele discorda de professores e candidatos, que acharam a primeira prova muito difícil. "Nesse momento, fazer qualquer previsão na base do 'eu acho' é uma irresponsabilidade."
Segundo ele, "quem faz a prova ser fácil ou difícil é o candidato. É preciso analisar vários números após a primeira fase, como coeficiente de acerto e a nota dos candidatos, por exemplo".
"A gente precisa ser quantitativo e não fazer exercícios de achismo", afirma o vice-diretor.
Calor
Ao contrário do dia da primeira prova, o calor estava intenso. Os relógios marcavam 32ºC, quase o dobro de duas semanas antes, quando fez frio de 17ºC em São Paulo.
Orlando César Sousa Lima, 16, esqueceu o calor e foi de patins para a prova. Saiu da rua Vergueiro, na Vila Mariana (zona sul de São Paulo), e foi até o colégio São Luis, próximo à avenida Paulista.
"Demora uns 15 minutos. É mais gostoso do que vir de metrô. O calor não incomoda, venho pela sombra", brinca.

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