São Paulo, segunda-feira, 5 de dezembro de 1994
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Ação e inação têm importância igual

PAULO COELHO
COLUNISTA DA FOLHA

Não se esqueça que às vezes é preciso parar. Ou os pés ficam feridos, a mente se distrai e o cansaço empobrece a busca.
A tradição acadêmica tem o "ano sabático"; a cada sete anos de trabalho, o professor passa um ano longe da universidade. Ao sair da rotina, ele abre espaço para novos conhecimentos.
Na Antiguidade, os camponeses dividiam sua terra em sete terrenos: a cada ano, um deles ficava abandonado, sem produzir nada. Ali cresciam ervas daninhas, mato, tudo que a natureza tivesse vontade de produzir sem interferência do homem. Desta maneira a terra se revigorava e era capaz de, no ano seguinte, aceitar a semente do agricultor.
Quem não pára por livre vontade termina sendo paralisado pela vida. Na busca, como em tudo o mais, a ação e inação têm a mesma importância.

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