São Paulo, quarta-feira, 7 de dezembro de 1994 |
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Futuro secretário afirma que privatização não terá limites
EMANUEL NERI
Essa promessa foi feita pelo futuro secretário de Planejamento, André Franco Montoro Filho. "Não há limites (para privatizar). Os limites são as necessidades do Estado na área social", disse. A indicação de Montoro Filho foi feita ontem pelo governador eleito. Dois outros nomes também foram anunciados –José Afonso da Silva (Segurança) e Antônio Angarita (Governo). As declarações de Montoro Filho diferem das afirmações de Covas na campanha. Afirmava haver limites para privatizar –empresas como Cesp e Eletropaulo, por exemplo, não entrariam na lista. "Os limites da privatização são as necessidades do governo. Nada está excluído", afirmou Montoro Filho. Para ele, a privatização entende desde a venda de ativos públicos até ações de estatais. Disse que o governo vai vender "desde automóvel até participação acionária em empresas de energia elétrica". O dinheiro das vendas pode ser utilizado também para o pagamento da dívida do Banespa. Com larga experiência em privatização –preside o Programa de Desestatização do governo Itamar –, Montoro Filho pretende utilizar a experiência em São Paulo. Covas já havia saído quando Montoro Filho falou de seus planos de privatização. Mas sua assessoria afirmou não haver mudanças no seu plano inicial. Para os assessores, ao falar da impossibilidade da venda da Cesp e Eletropaulo, Covas se referia a dificuldades de mercado e não a limites da política de privatização. Segundo a assessoria, a inclusão da Cesp e Eletropaulo entre as não-privatizáveis se devia à dificuldade de encontrar alguém com dinheiro suficiente para cobrir o patrimônio dessas empresas -em torno de US$ 4 bilhões. Isso significa que essas empresas não serão privatizadas integralmente, mas terão partes de suas ações colocadas à venda. O atual governador, Luiz Antônio Fleury Filho, já está vendendo um terço das ações da Eletropaulo. Covas afirmou que caberá a Angarita o planejamento estratégico da administração, como as medidas para o início do governo. As tarefas políticas do governo Covas serão cumpridas pelo vice-governador Geraldo Alckmin e pelo ex-deputado Robson Marinho, que coordenou a campanha. José Afonso da Silva (Segurança) está no exterior e foi representado por um dos seus auxiliares, Luiz Antônio Alves de Souza. Texto Anterior: Assombração Próximo Texto: Montoro Fº teme herança de Fleury Índice |
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