São Paulo, quarta-feira, 7 de dezembro de 1994
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Empresário é morto a tiros em SP

DA FOLHA ABCD

O empresário Agenor Silva Borges, 45, foi morto com seis tiros em São Bernardo (ABCD) por três assaltantes. Um acusado disse ser amigo de K.B., filha de Borges.
Ontem, a polícia pediu à Justiça a prisão preventiva da mulher do empresário, Matilde Borges. Até as 19h30, a prisão não havia sido decretada. A polícia suspeita que Matilde e a filha tenham participado do crime.
O advogado Paulo Luis de Souza, que representa Matilde e K.B., afirmou que acusação é uma leviandade (leia texto ao lado).
O crime aconteceu por volta das 9h de anteontem, quando Borges saía de sua casa, no bairro Santa Terezinha, para ir ao trabalho.
Borges era sócio da Fábrica de Móveis Irmãos Borges e de uma loja de móveis em São Bernardo. O corpo foi encontrado às 19h30 de anteontem. A arma usada no crime não foi localizada.
O empresário teria sido abordado na porta de sua casa por Alexandro Silva, 20, Claudemir Silva, 20, e S.B.G., 16. Segundo a polícia, eles confessaram o crime.
Alexandro teria afirmado que fez os disparos e que conhecia a filha da vítima. Em depoimento, disse ter decidido assassinar Borges por temer ser reconhecido.
Depois, segundo a polícia, Alexandro disse que Matilde e K.B. teriam oferecido a ele o Escort de Borges em troca do assassinato.
Alexandro afirmou ser amigo de K.B., 17, e que havia frequentado a casa de Borges pelo menos duas vezes. Ele disse que a garota teria sugerido o crime há cinco meses.
K.B. confirmou que conhecia o acusado e que teria feito o comentário sobre o assassinato do pai por brincadeira. Ela negou que tivesse mandado matar o pai. Matilde não quis dar declarações à Folha.
Antes de matar o empresário e roubar seu Escort, os acusados teriam roubado R$ 75 que Borges levava e o teriam obrigado a sacar R$ 500 em um caixa eletrônico em Ribeirão Pires (ABCD).
Claudemir Silva foi preso anteontem em sua casa no Jardim Silvina, em São Bernardo.
Alexandro e S.B.G foram presos anteontem à noite por policiais militares quando ocupavam o Escort com outros cinco rapazes.
No carro, estavam ainda Carlos Salvador Jardim, 19, Manuel da Silva Bento, 24, P.R.G., 17, R.U.M., 17, e R.B.S., 15, que negaram participação no crime.
As investigações levaram à prisão de mais três suspeitos: o desempregado Paulo José Vendrusculo, 20, que teria emprestado a arma do crime, o comerciante Arnaldo Viana de Lacerda, 24, e o vigilante José Isídio da Silva, 37.
O delegado Hildo Estraioto Júnior, que acompanha o caso, disse que os envolvidos foram indiciados por latrocínio, receptação, formação de quadrilha, corrupção de menores e favorecimento. Só a pena de latrocínio (roubo seguido de morte) varia de 15 a 30 anos de reclusão.

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