São Paulo, quarta-feira, 7 de dezembro de 1994
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Roberto Carlos bate recorde de tiragem

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DA REPORTAGEM LOCAL

O 38º disco da carreira de Roberto Carlos sai com tiragem inicial de 1,5 milhão de unidades, um recorde no mercado nacional. Segundo a gravadora Sony, a tiragem reflete o aquecimento do mercado fonográfico.
Na segunda-feira, às 18h, Roberto Carlos deu uma entrevista coletiva na qual falou sobre quase tudo. Do disco novo, batizado com seu nome, à criação de um selo próprio (Amigos), da violência no Rio ao seu hábito de conversar com as plantas.
O novo disco de Roberto Carlos é o primeiro a sair pelo selo Amigos Records, criado para lançar os álbuns do cantor. Pelo contrato com a Sony, Roberto Carlos deve fazer cinco discos em espanhol e cinco em português em cinco anos.
Depois da renovação, a Sony iniciou uma campanha para aproximar Roberto Carlos dos jovens. O artista garante que isso não foi discutido no contrato, mas admite, referindo-se ao selo, que os jovens estão nos seus planos.
Antes da entrevista, foi exibido um vídeo de exaltação ao cantor, com depoimentos de artistas como Chico Buarque, Caetano Veloso e Marisa Monte, em meio a colagens de clipes antigos do rei.
No início da entrevista, Roberto Carlos aproveitou para falar do disco-tributo gravado por roqueiros para ele."É emocionante. Existe uma coisa de amor nesse disco. As modificações foram feitas para que as músicas ficassem mais integradas nos seus estilos.".
O presidente da Sony no Brasil, Roberto Augusto, anunciou a realização de um concerto para Roberto Carlos, no Rio de Janeiro, na primeira quinzena do próximo ano, com os músicos que participaram do álbum-tributo. "O Roberto pode aparecer e dar uma canja", disse.
Vestido de azul e acompanhado por três seguranças, Roberto Carlos falou da violência no Rio. "Todo mundo sofre com a situação no Rio. Vamos torcer para que tudo se resolva sem violência."
Durante a coletiva, Roberto Carlos se emocionou ao falar da morte do amigo e produtor Ronaldo Bôscoli e do piloto Ayrton Senna. "Estava fora na morte dele (Senna) e gente acaba sentindo mais. Foi terrível", disse.
Ele aproveitou para falar das suas influências: Bob Nélson (o primeiro ídolo), Nélson Gonçalves, Tito Madi, Tony Bennett ("o maior cantor do mundo"), João Gilberto, Elvis Presley, Beatles, Luciano Pavarotti, Cauby Peixoto.
Roberto Carlos anunciou que seu especial de fim de ano na Rede Globo será gravado no estádio Mineirinho (Belo Horizonte). O programa será apresentado pelo humorista Tom Cavalcante e terá as participações especiais de Zezé di Camargo e Luciano, Fábio Jr., Skank, Erasmo Carlos e Barão Vermelho.
Com sua carreira consolidada no mercado hispânico, Roberto Carlos falou sobre o sonho de ampliar suas conquistas. Ele disse que gostaria de gravar alguma coisa em japonês e tem vontade de fazer o mesmo em francês e italiano. "Mas não tenho tempo", reclama. Outro projeto que não foi adiante era o de fazer um disco de covers.
Roberto Carlos aproveitou para falar sobre as músicas de cunho religioso-pregatório em seus discos. "Quero chamar a atenção das pessoas para essa coisa maravilhosa que é ter Deus, Jesus e Nossa Senhora no coração", disse.
Durante a coletiva, o compositor teve que falar sobre esquisitices. Foi perguntado sobre que animal gostaria de ser ("um leão vegetariano") e sobre a mania de conversar com as plantas. Enquanto acariciava as plantinhas de um vaso ao seu lado, ele respondeu: "Planta é um ser vivo e ela está recebendo os gestos de amor."

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