São Paulo, quinta-feira, 8 de dezembro de 1994 |
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Collor demonstra otimismo
CYNARA MENEZES
"Ele falou que o problema não é o trabalho de quem quer que seja, mas a carência de elementos para comprovar as acusações", disse Estevão, que visitou o amigo por quase uma hora. Collor acompanhou os desempenhos da acusação, feita pelo procurador-geral da República Aristides Junqueira, e de seus advogados pelo telefone, tomando água de coco na varanda da Casa da Dinda com a mulher, Rosane, e um grupo de amigos. Ele não quis aparecer para a imprensa. Às 16h05, enviou um bilhete "aos jornalistas de plantão" na porta da casa, onde disse aguardar "sereno e confiante" o veredito do tribunal. "Observo nesses dias um recolhimento ainda mais profundo do que o dos últimos anos. Aguardo, como sempre, sereno e confiante, o veredicto da Corte Suprema de Justiça. Agradeço-lhes a paciência e a compreensão", diz o bilhete. O ex-presidente continua a assinar como na época em que ocupava a Presidência e, aconselhado por um numerólogo, resolveu excluir o último sobrenome (de Mello): "F.Collor". Segundo Luiz Estevão, Collor, vestido com uma calça marinho e camisa de algodão branca, sem mangas, estava "confiante no trabalho dos advogados". Também esteve na Casa da Dinda Eunícia Guimarães, amiga de Rosane. Collor recebia telefonemas o tempo inteiro, dos advogados, de políticos amigos e de pessoas que prestavam solidariedade. Um amigo da família ligou para informar sobre o estado de saúde do irmão do ex-presidente, Pedro Collor, que está sob tratamento nos Estados Unidos. A notícia de que Pedro estaria "mal" teria deixado Collor "abatido". Na última segunda-feira, o ex-presidente disse à Folha que pode perdoar o irmão, "mas é impossível esquecer o que ele fez". Texto Anterior: Irmã de Collor é internada em MG Próximo Texto: "Espanta-me também que a comoção social tenha reduzido os réus desta ação penal apenas a dois (PC e Collor)" Índice |
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