São Paulo, quinta-feira, 8 de dezembro de 1994 |
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Vieira diz ter sofrido desgaste
XICO SÁ
O procurador-geral Aristides Junqueira o isentou da prática de corrupção passiva. A pena máxima para este crime é de oito anos. Ao ouvir a notícia ao meio-dia de ontem pelo rádio, Vieira, que não foi ao julgamento, disse que lamentava já ter sofrido desgaste na sua imagem devido à denúncia. Folha – O que o sr. achou da decisão do procurador-geral de livrá-lo desse crime? Vieira – Senti que isso poderia ocorrer quando li o texto das alegações finais da acusação do Ministério Público. Na verdade, ao contrário do que informou a PF nas suas investigações, nunca participei de qualquer ato de corrupção passiva. Folha – O sr. acha que o procurador desfez uma injustiça ou não conseguiu reunir provas suficientes? Vieira – Desfez uma injustiça, claro. Mas ele não teve culpa, fez o papel dele, pois preparou a sua denúncia respaldado no que foi fornecido pela Polícia Federal. Folha – O sr. está mais aliviado agora? Vieira – O estrago na imagem, a mancha por esta acusação de corrupção não se apaga nunca mais. Mesmo assim, a decisão do Ministério Público foi muito importante para mim. Por uma questão de respeito à Justiça, eu gostaria de só falar definitivamente sobre isso ao final do julgamento do Supremo. Folha –Já que o sr. se sente prejudicado, por que não processa a PF por perdas e danos? Vieira – Ando tão cansado e envolvido com esse processo todo que eu prefiro não mexer mais com esse tipo de coisa. Prefiro esquecer. Folha– Qual sua expectativa em relação às outras acusações (coação e corrupção de testemunha e supressão de documentos)? Vieira - Acredito na minha defesa, sob os cuidados do advogado Roberto Delmanto. Texto Anterior: "Espanta-me também que a comoção social tenha reduzido os réus desta ação penal apenas a dois (PC e Collor)" Próximo Texto: Embraer é privatizada por R$ 154,1 mi Índice |
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