São Paulo, quinta-feira, 8 de dezembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fator Sandoval preocupa o Palmeiras

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, o futuro campeão brasileiro poderá estar saindo do jogo de hoje, no Pacaembu.
Pelo retrospecto, Guarani e Palmeiras seriam os times vocacionados para o título da temporada 94.

Eu disse seriam.
Os dois times estão sem os seus jogadores fundamentais para a articulação das jogadas decisivas da partida.
Amoroso e Edmundo seriam ingredientes fundamentais para a salada verde que será apreciada hoje. São atores que também contribuiriam muito para o show.
O futebol do Edmundo vinha crescendo no serviço, na assistência. Sem ele, a preparação da jogada de gol do Palmeiras se fragiliza. Evair perde o seu principal fornecedor de matéria-prima.
Como o Palmeiras precisa vencer (se atingir um diferencial de dois gols, melhor ainda) e, no caso de Wanderley Luxemburgo escolher Maurílio, aumentariam as funções de Rivaldo e Zinho.
Que passam a fazer o papel de engenheiros da trama ofensiva palmeirense. Ao Palmeiras só interessa uma coisa: gol.

Há um outro fator a atrapalhar a vida do Palmeiras, hoje. É o fator Sandoval, um dos melhores jogadores do Guarani –marca, corre, serve com precisão, prende a bola quando necessário.
Roberto Carlos não poderá ficar muito à vontade. Uma das armas do contra-ataque do Guarani é, justamente, o Sandoval ocupando o vazio pela direita.

Lembrete: nas últimas temporadas, Wanderley Luxemburgo mostrou-se capaz de desativar, mina por mina, as ciladas que a montagem da equipe, na hora decisiva, armava para ele.

O Guarani entra hoje para se segurar como pode. Contará na frente, com a força do Luisão –aquele jogador que vale por dois– e com a disposição de um imperador romano de Júlio Cesar.
Se a roda da fortuna girar na direção deles, um golzinho só já bastará para complicar bastante a vida do Palmeiras.

Não deixa de ser curioso ver que a Sociedade Esportiva Palestra Itália –o Palmeiras de hoje– esteve sendo investigada pelo Departamento de Ordem Política e Social (Deops) entre 1942 e 1945.
A subversão de ontem, como mostra a nova Presidência da República, pode ser a ordem de hoje.

Andei malhando muito o Milan, por aqui, e ele, ontem, passou para a próxima fase da Copa dos Campeões da Europa.
Agora, no ano que vem, pega o Benfica de Caniggia e Edílson –que fará uma falta danada hoje para o Palmeiras.

O sucesso dos jogadores do Mercosul na Europa, que vem sendo acompanhado nesta coluna, ganhou uma página na influente revista britânica "The Economist". De vez em quando a gente acerta.

Texto Anterior: Palmeiras é time mais equilibrado
Próximo Texto: NBA adia jogo entre Washington e Phoenix
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.