São Paulo, sexta-feira, 9 de dezembro de 1994
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Baleado usava carro roubado

CRISTINA GRILLO
DA SUCURSAL DO RIO

Eduardo Antonio Maia, 23, venderia tóxicos no morro do Urubu. A afirmação foi feita ontem pela avó de Maia, Guilhermina Soares da Silva, 73.
Maia estava com Alex Alexandre Telles Pacheco, 20, quando os dois tentaram ultrapassar uma barreira do Exército durante uma operação no morro sábado à noite. Pacheco foi morto pelos soldados.
Segundo registro da Divisão de Roubos e Furtos de Veículos Automotores e Terrestres (DRFVAT), o carro foi roubado no sábado às 18h por dois homens na área da 24ª Delegacia Policial (Piedade, zona norte).
Maia morava com a avó num barraco no alto do morro do Urubu (em Pilares, zona norte).
A poucos metros da casa de Guilhermina funciona a principal boca de fumo do morro do Urubu.
Ontem pela manhã, cinco traficantes armados tomavam conta do lugar. Ao lado deles estava uma pilha de papelotes de cocaína.
Segundo Guilhermina, Maia está numa enfermaria do Batalhão de Polícia do Exército na Tijuca (zona norte). Ele foi visitado pela mulher, identificada como Márcia, e pelo pai, Jorge Maia.
À Márcia, segundo Guilhermina, Maia teria confessado que o Marajó verde metálico placas WF 7005 em que estavam era roubado.
Márcia teria visto Maia ferido e inchado. "Ela disse que meu neto está parecendo um monstro", afirmou a avó. Maia não teria dito a razão dos ferimentos.
Guilhermina disse que Maia não tem advogado e que foi avisado de que terá que prestar depoimento quarta-feira na Justiça Militar.
"Eles disseram que o meu neto vai pagar pelo crime dos dois, já que o outro morreu", disse.
A avó afirmou que Maia trabalhava numa fábrica de esquadrias de alumínio, mas que há um ano "se enfiou nessa vida de vender essas bobeiras".
Ela disse que o neto andava armado e que às vezes aparecia "com aquelas coisas (tóxicos)".

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