São Paulo, sexta-feira, 9 de dezembro de 1994 |
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Banhista é morto por golfinho em SP
SALIM BURIHAM
Os dois turistas foram atacados quando "brincavam" com o golfinho. Desde agosto, Tião tem aparecido nas praias da região. João Paulo Moreira, 30, foi retirado com vida da água pelos bombeiros e encaminhado à Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos e morreu por volta das 14h. O médico que o atendeu, Antonio Pozo, disse acreditar que Moreira morreu por causa de hemorragia interna, possivelmente provocada por um golpe na região do tórax. A autópsia seria realizada no início da noite de ontem. Wilson Regis Pedroso, 41, teve uma das costelas quebradas pela cauda do golfinho. Pedroso estava internado ontem na Santa Casa em observação. O acidente ocorreu fora da área de bóias, colocadas segunda-feira pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para isolar o animal dos banhistas. A colocação das bóias não está concluída. Não há aviso para que os turistas não se aproximem do animal. O diretor do Ibama em Caraguatatuba, José Luiz Roma, afirmou que o golfinho atacou para se defender. Segundo ele, um dos banhistas teria montado no animal e por isso foi agredido. Ele afirmou que a partir de hoje vai aplicar a lei federal 7.643. A lei determina que o simples molestamento ao animal pode dar de 2 a 5 anos de cadeia. Moreira foi a primeira vítima fatal de Tião. Nos últimos 15 dias, oito pessoas foram atendidas na Santa Casa feridas pelo golfinho. A bióloga Valéria Hadel, do Cebimar (Centro de Biologia Marinha) disse que Tião estava em seu ambiente e que os banhistas devem ter mais cuidado. Roma disse que o transporte do golfinho para alto-mar é inviável. Segundo laudo feito por três biólogos, o golfinho pode morrer de estresse durante o transporte. Texto Anterior: Empresários temem que Exército afaste turista Próximo Texto: Grupo invade prédio e rouba 56 escritórios Índice |
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