São Paulo, sexta-feira, 9 de dezembro de 1994
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Israel diz que mantém acordo

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo israelense decidiu continuar as negociações com os palestinos no quadro do acordo de paz assinado com a Organização para a Libertação da Palestina.
A decisão foi anunciada ontem depois de três dias de reunião do gabinete. Durante esta semana, alguns ministros israelenses haviam cogitado não retirar tropas da Cisjordânia antes das eleições palestinas, como reza o acordo.
A OLP reagiu dizendo que qualquer alteração unilateral no plano poria todo o acordo perder.
"Isso é parte do acordo; assim, o governo vai cumprir o acordo mas vai, é claro, levar em consideração as necessidades de segurança de Israel", disse o secretário do gabinete, Shmuel Hollander.
O líder da OLP, Iasser Arafat, o premiê e o chanceler israelenses, Yitzhak Rabin e Shimon Peres chegam hoje a Oslo, Noruega para receber o Nobel da Paz.
Cerca de 800 policiais estão fazendo a segurança do evento, que ocorre amanhã. Manifestantes árabes e judeus que se opõe à premiação dos signatários do acordo de paz prometem protestos.
Arafat e Peres se encontraram em Erez, na faixa de Gaza, para discutir o processo de paz. Depois do encontro, trocaram ironias sobre a viagem a Oslo.
"Não somos ricos como o governo de Israel, não podemos levar tanta gente", disse Arafat sobre as sete pessoas que viajarão com ele no pequeno avião pago pelo governo da Noruega.
Peres respondeu dizendo que ele e Rabin viajariam em um avião da Força Aérea israelense. "Encheremos o avião enquanto houver lugar", explicou.
"Eu gostaria de ter um avião para a minha Força Aérea, mas eu não tenho", reagiu Arafat.
O premiê Yitzhak Rabin disse em entrevista publicada ontem pelo jornal "Maariv" que a população da Cisjordânia e de Gaza é consideravelmente maior do que o governo de Israel pensava.
Uma contagem da população palestina está sendo feita pelo governo. Rabin e Peres sempre usaram o tamanho da população dos territórios ocupados como argumento contra a ocupação porque Israel teria que lidar com uma grande população hostil.
Os palestinos podem ser 2 milhões em Gaza e na Cisjordânia e 900 mil em Israel, cerca de 30% a mais do que se imaginava.
Em outra declaração, Rabin disse não acreditar na intenção da Síria de negociar a paz. O presidente sírio, Hafez al Assad, recusou-se a manter negociações secretas com Israel. Segundo Rabin, tanto o Egito quanto a Jordânia e a OLP só fizeram a paz com Israel depois de negociações secretas.

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