São Paulo, sexta-feira, 9 de dezembro de 1994
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Escolha de Miami para sede tem razão política

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DO ENVIADO ESPECIAL

A decisão do presidente Clinton de realizar a Cúpula das Américas em Miami teve, acima de tudo, um objetivo político: ajudar seu aliado Lawton Chiles a se reeleger governador da Flórida.
Por extensão, o presidente esperava melhorar sua imagem neste Estado, um dos quatro maiores colégios eleitorais dos EUA, onde Clinton perdeu para George Bush na eleição presidencial de 1992.
Chiles se reelegeu em novembro, por margem apertadíssima (51% a 49% dos votos contra o filho de Bush, Jebb).
É difícil saber até que ponto a Cúpula o auxiliou mas, com certeza, ela não o atrapalhou.
A Cúpula das Américas em Miami significou muitos negócios para a cidade ao longo de todo este ano e a possibilidade de melhorar sua fama, abalada durante esta década pelo aumento dos índices de violência urbana.
Apesar das intenções políticas que a beneficiaram, há outras justificativas para a escolha de Miami para sediar o encontro.
A cidade tem uma das maiores concentrações de hispânicos do país: pelo menos metade da sua população é de imigrantes latinos ou seus descendentes.
Na Grande Miami, mais de um milhão de pessoas falam outra língua além do inglês e apenas 766 mil apenas o inglês.
Boa parte do renascimento de Miami e da região do sul da Flórida a partir dos anos 70 pode ser creditada à imigração latino-americana, em especial de cubanos, que trouxeram novo vigor para essa área.
Há também uma grande comunidade de brasileiros no sul da Flórida. Como a maioria está em situação ilegal neste país, é impossível precisar seu número mas a estimativa média é de 200 mil.
Até ontem, ainda não estava acertado nenhum encontro entre o presidente Itamar Franco e representantes da comunidade brasileira em Miami.
(CELS)

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