São Paulo, sábado, 10 de dezembro de 1994
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Caso Dreyfus dividiu a França

DANIEL PIZA
DA REPORTAGEM LOCAL

O caso Dreyfus cindiu a França no fim-de-século passado. "Até os anjos tiveram de se dividir", disse alguém sobre a celeuma que começa no final de setembro de 1894. Descobre-se uma carta que teria sido escrita por um capitão do Exército francês, Alfred Dreyfus, judeu, delatando segredos militares do país à Alemanha.
Em 15 de outubro, Dreyfus é preso; em 22 de dezembro, condenado por traição e deportado para a Ilha do Diabo.
Em 1895 um tenente-coronel, Georges Picquart, resolve investigar o caso quando intercepta uma carta do comandante Esterhazy à Alemanha. A letra era a mesma da carta atribuída a Dreyfus. A imprensa denuncia a falsificação.
Explode a crise, que se estende a todas as facções sociais: nacionalistas e internacionalistas, sionistas e anti-semitas, católicos (ligados ao Exército) e anticlericais, socialistas e conservadores.
Forja-se o conceito de "intelectual" –expressão usada pela primeira vez, no sentido pejorativo, contra os "dreyfusards" (defensores de Dreyfus). Em 1898, Zola é preso (leia texto ao lado). Escritores como Marcel Proust e André Gide assinam manifesto.
Em 1899, Dreyfus é de novo condenado. Por esforço do escritor socialista Jean Jaurès, é reabilitado só em 1906 e, com Picquart, reintegrado ao Exército. (DP)

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