São Paulo, sábado, 10 de dezembro de 1994
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Panfleto causou prisão em 1898

DANIEL PIZA
DA REPORTAGEM LOCAL

Zola também fez história no jornalismo com sua intervenção no caso Dreyfus. De retórica viril, levou os jornais onde escrevia a que contestassem sem concessões as autoridades francesas –numa época delicada, em que a guerra com a Prússia (1870-1872) parecia prestes a ter seu segundo tempo.
O momento crítico de sua empreitada ocorreu em 11 de janeiro de 1898. Absolvido Esterhazy, o homem que incriminara Dreyfus, Zola se mandou para casa disposto a entortar o nariz da história.
Passou 24 horas fechado em seu escritório, como conta Troyat na biografia, e de lá saiu com uma carta aberta ao presidente: "J'accuse" (Eu acuso), publicada pelo jornal "L'Aurore" no dia 13.
Por ela, é processado. A notícia abala opinião pública mundial –a qual, para muitos historiadores, acabava de nascer.
Zola então se exila em Londres por um ano. Vê Dreyfus ser mais uma vez preso em 1899. Em 1900, beneficia-se da anistia concedida a todos os envolvidos no caso. Morre em 1902, sem ter visto Dreyfus reabilitado.
Para ler mais sobre o caso, eis algumas sugestões: "La Verité en Marche", de Zola; "Les Preuves", de Jaurès; "The Dreyfus Case", de Guy Chapman; "A Torre do Orgulho", de Barbara Tuchman; e "Origens do Totalitarismo", de Hannah Arendt. (DP)

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