São Paulo, sábado, 10 de dezembro de 1994 |
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Incêndio em teatro mata 300 na China
JAIME SPITZCOVSKY
Incêndios já mataram 1.325 pessoas na China de janeiro a setembro deste ano, segundo dados oficiais. Os prejuízos diretos causados por essas tragédias foram calculados em 750 milhões de yuans (US$ 88 milhões). O teatro de Karamay tinha apenas uma saída aberta. As outras estavam trancadas. Escapar pelas janelas também foi difícil. Barras de aço dificultavam a passagem. Os primeiros indícios apontam um curto-circuito como responsável pelo incêndio. O governo da região autônoma de Xinjiang enviou desde sua capital, Urumqi, um grupo de dirigentes regionais e do Partido Comunista para dirigirem as operações de salvamento. "Uma tragédia", foi o primeiro comentário que a agência de notícias estatal "Xinhua" divulgou sobre o incêndio. Outros comentários ampliavam a comoção ao enfatizar o sofrimento de pais de filhos únicos que morreram. Atualmente na China, as famílias são levadas a adotar a política de "um casal, um filho" para frear o crescimento do país mais populoso do planeta, com 1,2 bilhão de habitantes. Em menos de duas semanas, duas tragédias se abateram sobre estudantes na China. No último dia 27, um incêndio matou 234 pessoas numa discoteca em Fuxin, cidade no nordeste da China. Não havia saídas de emergência. A única porta tinha uma saída com menos de um metro de largura. Depois de Fuxin, o governo chinês lançou um "aviso urgente". Pedia mais atenção com as condições de segurança nos centros de cultura e lazer espalhados pela China. Calcula-se que o país tenha mais de dez mil discotecas. Uma publicação do Ministério da Justiça anunciou uma ofensiva para reforçar a segurança em locais de diversão. Fiscais vão inspecionar teatros, discotecas e cinemas. Quem não apresentar até o final de janeiro um atestado garantindo condições de enfrentar um incêndio terá que fechar suas portas. Texto Anterior: Papa defende papel da mulher na paz; Coréia congela programa nuclear; Canadenses testam a censura a domicílio; Rússia quer fazer parte da OMC; Imelda Marcos concorre em eleição; EUA batem recorde de execuções; Jornalista de Ruanda ganha prêmio; Noruega recusa a extraditar terrorista Próximo Texto: País demora para informar Índice |
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