São Paulo, segunda-feira, 12 de dezembro de 1994
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Embalagens batem recorde

MARISTELA MAFEI
ESPECIAL PARA A FOLHA

O setor de embalagens, um dos principais indicadores da atividade econômica, está batendo recorde histórico de faturamento neste ano.
Consulta realizada pela Folha junto aos grandes fabricantes mostra que o faturamento do setor deverá bater nos US$ 6,1 bilhões. Até o primeiro semestre de 94 a tendência era de queda.
Dados da Datamark Consultores, que pesquisa periodicamente o mercado, apontam faturamento de US$ 5,6 bilhões em 93, ano até aqui de melhor desempenho.
"A indústria está com capacidade ocupada totalmente, o que não acontecia desde 86, época do Plano Cruzado", afirma Graham Wallis, diretor da Datamark.
Grandes fabricantes de embalagens e de resinas plásticas, como a Tetrapack (fabricante da "caixinha"), Latasa (latas de alumínio), Monsanto (resinas), Dixie-Lalekla (embalagens plásticas e de papel) e Rodhia-Ster (PET) estão acelerando planos para ampliar suas fábricas ou construir novas unidades.
O reaquecimento atingiu até mesmo os fabricantes de vidro, que vinham perdendo mercado -entre a clientela de cervejas e refrigerantes– para a embalagem PET, popularizada depois de ser largamente utilizada nos refrigerantes de dois litros.
As vendas do setor de embalagens após o real estão sendo lideradas pelos clientes da indústria de alimentos. Os fabricantes de bebidas vêm a seguir.
A Dixie-Lalekla, maior fabricante de embalagens rígidas, registrou crescimento de 100% nas vendas para a indústria de iogurte.
O setor que fabrica pratos e talheres de plástico para redes de fast-food cresceu 70%- e o de margarinas, outros 10%.
"Na média, as vendas da empresa cresceram 21% depois de julho", diz Walter Schalka, diretor-executivo da Dixie-Lalekla.
Com duas fábricas localizadas em São Paulo, ambas com capacidade de produção de 1,4 mil toneladas de resina por mês, a Dixie-Lalekla realiza investimentos para ampliar sua produção em 20% já a partir do mês que vem.
No setor de transformação de matéria-prima para embalagens também há retomada dos investimentos. A Companhia Brasileira de Estireno, formada por associação da Monsanto com a Unigel para a produção de poliestireno, deverá inaugurar nova fábrica em São José dos Campos (SP) em 95.
A Rhodia-Ster está investindo US$ 11 milhões para aumentar em 25% a capacidade de produção de resinas PET da fábrica instalada na cidade de Poços de Caldas (MG).
O reaquecimento do mercado coincidiu com momento de reajuste de preços do setor, o que acabou colocando os fabricantes de matérias-primas e de embalagens como "vilões" do real.
Os fabricantes de papelão, por exemplo, batem à porta das indústrias neste final de ano atrás de 6% de aumento, a título de "reposição da inflação". O setor que fabrica latas para a indústria de alimentos também quer 6% de reajuste.

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