São Paulo, terça-feira, 13 de dezembro de 1994
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Vigia é acusado de matar enteada de 7 anos

MARCUS FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

O vigia Reinaldo Batista da Silva, 23, morador na Vila Alemoa, em Santos, foi acusado de estuprar e matar a enteada Monique Cabral da Silva, 7, e de provocar queimaduras no enteado Djalma Silva Lourenço, 2.
Segundo a polícia, o crime teria ocorrido às 22h30 de anteontem. Após matar Monique, Batista, de acordo com vizinhos, colocou fogo no barraco onde dormia Lourenço e fugiu.
O corpo de Batista foi encontrado às 3h50 de ontem. A polícia suspeita que ele tenha se suicidado ingerindo produtos de limpeza.
Lourenço está internado em estado regular –com queimaduras de 1º e 2º graus por todo o corpo– na Santa Casa de Santos.
A mãe das crianças, Eliana da Silva, 24, estava até as 17h de ontem internada em estado de choque no mesmo hospital.
Segundo o delegado Luiz Carlos de Lellis, Batista foi encontrado "agonizante" num depósito de materiais de limpeza, no Conjunto Habitacional Athié Jorge Couri, onde trabalhava como vigia. De acordo com o vizinho Joel Correa Campos, Batista "era um homem muito nervoso, que todo dia batia na mulher". Campos foi um dos vizinhos que arrombaram o barraco durante o incêndio.
"A menina já estava morta. Ela tinha um corte profundo no pescoço. O menino estava pegando fogo. Mais um pouco e ele morria", afirmou.
A dona de casa Maria Regina Prado, 44, que mora próximo ao barraco incendiado, disse ter ouvido Batista agredir Eliana.
"Nós só percebemos que a coisa era grave quando vimos o fogo". O Corpo de Bombeiros informou que nenhum outro barraco foi incendiado.
Segundo a prefeitura, no local existem cerca de 500 casas de madeira. O bairro de Vila Alemoa fica na entrada da cidade, próximo a rodovia Anchieta.
O delegado Lellis disse que os corpos foram levados para IML (Instituto Médico Legal) de Santos. O exame para avaliar a causa da morte de Batista deverá ficar pronto dentro de quatro dias.
Lellis afirmou que será feito exame no corpo de Monique para determinar se houve estupro.

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