São Paulo, quarta-feira, 14 de dezembro de 1994 |
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PC acha pena "severa"; família se revolta
XICO SÁ
Logo após o julgamento, PC se reuniu com irmãos e os advogados no quartel da Polícia Militar, em Brasília, onde está preso há um ano e 15 dias. Havia um clima de revolta. O deputado Augusto Farias (PSC- AL) comentava que o sacrifício de PC estava indo longe demais. "Depois da absolvição do ex-presidente e do próprio Paulo César em corrupção passiva, veio um rolo compressor no final", disse. Mesmo insatisfeito, PC se recusa a comentar o fato de ser o único personagem do processo que pode enfrentar uma penitenciária. Na opinião do ex-tesoureiro não há "castigo maior" do que um presidente da República perder o mandato e tornar-se inelegível por oito anos. PC disse que a notícia da pena de sete anos, que tomou conhecimento pela TV, veio justo no dia em que esperava ser solto. Estava "arrassado", de acordo com o seu irmão Cláudio Farias. Em meio à tensão da família, mandou dizer à Folha que considerava severa a pena, mas respeitava a decisão da Justiça. "Suprema Corte é Suprema Corte." PC deve ficar na sala da Polícia Militar, na condição de preso especial, pelo menos até fevereiro, quando deve ser publicado o acórdão com a decisão de ontem no "Diário Oficial da Justiça". A partir desse período, o advogado Nabor Bulhões, que defende o empresário, pretende entrar com recursos para tentar reduzir a pena. Quanto à condenação, não existe a possibilidade de questionamento. Como PC já cumpriu um ano e 15 dias de prisão –preventiva–, o empresário, além de descontar este tempo do total da sua pena, pode ter outros benefícios. Ao completar 1/6 do total da pena, a pessoa tem o direito de pedir em troca alguma regalia, como, por exemplo, a mudança de um regime de prisão semi-aberto para o aberto ou domiciliar. Texto Anterior: Grandes e pequenos Próximo Texto: Movimento pede ética na Justiça Índice |
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