São Paulo, quarta-feira, 14 de dezembro de 1994
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Aviões russos bombardeiam Tchetchênia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Tropas e aviões russos na Tchetchênia atacaram posições rebeldes perto da capital Grozni, bombardearam um aeroporto militar e sobrevoaram a cidade.
Na Ossétia do Norte, as negociações entre o governo russo e a Tchetchênia –que declarou sua independência da Federação Russa– chegaram a um impasse.
Russos exigem a deposição das armas e a integração à federação. Os tchetchenos querem a imediata retirada russa e não abrem mão da independência.
Caças-bombardeiros russos sobrevoaram a pouca altura a cidade de Grozni. Helicópteros atacaram em Pervomaiskaya, 15 km a noroeste da capital tchetchena.
O aeroporto militar de Grozni foi atacado. Segundo os tchetchenos, não houve baixas e os russos evitaram atacar a pista porque pretendem usar o aeroporto.
Segundo a agência de notícias russa "Itar-Tass", o objetivo russo era cercar Grozni até o fim do dia de ontem. Das três colunas russas que avançam na Tchetchênia, no entanto, apenas uma chegou às imediações da cidade.
Uma coluna de blindados que partiu de Mozdok, na Ossétia do Norte, de onde a ação russa está sendo comandada, chegou a Grozni pelo noroeste.
A coluna de blindados que invadiu a Tchetchênia pela Inguchétia, a oeste, parou a 40 km de Grozni. A coluna foi detida pela população civil de Dovidenko que bloqueou a estrada em protesto desarmado.
A coluna que entrou pelo Daguestão, a leste, está a 20 km de Grozni. Na Inguchétia e no Daguestão houve resistência armada aos russos no domingo, quando começou a ofensiva.
A Rússia deu o primeiro informe oficial sobre baixas. Morreram nove militares e 14 estão feridos.
Cerca de 40 mil homens participam da ofensiva russa.
A Câmara dos Deputados russos aprovou documento ontem exigindo que o presidente Boris Ieltsin use todos os meios para interromper a luta na Tchetchênia.
O primeiro-ministro russo, Viktor Chernomirdin, defendeu a solução militar. "A única coisa que se pode criticar no governo e no presidente é terem esperado três anos" para intervir, disse.
O ex-presidente da URSS Mikhail Gorbatchov disse que a Rússia entrou em conflito que não conseguirá vencer. "Os generais que enviaram uma força expedicionária contra a república que é parte da Rússia não percebem que não é um passeio pelas ensolaradas praias do Haiti", afirmou.

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