São Paulo, quinta-feira, 15 de dezembro de 1994 |
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Argentina insiste em manter proteção ao setor de veículos
JOÃO BATISTA NATALI
Ao lado da enfadonha revisão de textos técnicos, como os relativos a normas alfandegárias, o incidente deu a tônica, ontem em Ouro Preto (MG), às discussões preparatórias ao 7º Conselho do grupo regional de integração econômica. A manutenção de taxas protecionistas não está prevista no Tratado de Assunção (março de 91). Entendimentos posteriores permitiram que os quatro países elaborassem listas "em regime de adequação", cujos produtos teriam suas alíquotas mantidas, com a promessa de redução gradativa. Em outubro, o Brasil divulgou uma lista com 30 itens, para os quais prevaleceria desde já a regra de alíquota zero, própria ao mercado comum. Ao divulgar sua lista, o governo argentino pôs sob salvaguarda seu setor automobilístico. Levou em conta os argumentos de sua indústria de que a congênere brasileira era mais completa quanto aos componentes e mais competitiva –por ser exportadora. O litígio foi objeto de negociações inconclusivas, na semana passada, entre os ministros Ciro Gomes e Domingo Cavallo. Mesmo assim, o Brasil considera correto sobretaxar vinhos, pêssegos e queijos argentinos. Responsável por questões do Mercosul no Itamaraty, o embaixador José Artur Denot Medeiros, chefe da delegação brasileira em Ouro Preto, determinou que o problema fosse levantado quando o Grupo Mercado Comum (GMC) abordasse o relatório de um dos subgrupos setoriais, o que ocorreu ontem no final da tarde. A Folha apurou que o tema provocou desconforto. Não eram aguardadas questões polêmicas num encontro com ênfase no lado conciliatório. Oficialmente, só hoje as delegações trocarão as listas de produtos em regime de adequação. A reunião prosseguia ontem à noite a 12 quilômetros de Ouro Preto e deveria varar a madrugada. Texto Anterior: Só errou o ministério Próximo Texto: Orquestra recebe representantes Índice |
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