São Paulo, quinta-feira, 15 de dezembro de 1994
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Que os bons espíritos do futebol premiem o melhor: o Palmeiras

LUIZ GONZAGA BELLUZZO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Palmeiras e Corinthians decidem pela primeira vez um título brasileiro. O Palmeiras deve ganhar porque esteve melhor no torneio. Aliás, se o campeonato tivesse sido organizado com o propósito de premiar o time mais eficiente, o Palestra já teria levado a taça. Como este quebra-cabeças foi inventado para aproximar o resultado do certame ao das loterias, o Corinthians tem lá suas chances.
Já vi de tudo em jogos decisivos envolvendo Palmeiras e Corinthians. Em 1954, Campeonato Paulista, empate 1 x 1. Luisinho marcou, no começo, de cabeça. O Palmeiras massacrou. Ney empatou. Gilmar pegou o resto: Corinthians campeão dos centenários.
Em 1979, numa semifinal decisiva, Biro Biro fez um gol de canela. O Palmeiras foi eliminado depois de campanha inesquecível, comandada por Telê Santana. O time terminou os dois turnos colocando 12 pontos à frente dos adversários. Foi o campeonato das mutretas, decidido com a arte dos pernas-de-pau: gol de tíbia.
Chegamos a 93: os bons espíritos do futebol não deixaram que o melhor time fosse, de novo, castigado pelos regulamentos. No segundo jogo das finais o Palmeiras entrou rasgando e despejou quatro melancias no embornal do Corinthians.
O time atual do Corinthians não é galinha morta. Apesar disso, esperamos que os bons espíritos do futebol estejam acordados e impeçam a vitória do regulamento absurdo sobre a competência esportiva.

LUIS GONZAGA DE MELLO BELLUZZO, palmeirense, é economista, professor da Unicamp e assessor especial para assuntos internacionais do governo paulista.

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