São Paulo, segunda-feira, 19 de dezembro de 1994
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Sinais de fumaça

Presidente do PT do Acre e candidato à reeleição, o deputado estadual Nílson Mourão passava por dificuldades financeiras na sua campanha.
Com poucos recursos, decidiu que seus santinhos seriam feitos em papel de imprensa, o mais barato que conseguira comprar.
Quando pegou os santinhos na gráfica, enviou uma centena deles para o Sindicato dos Seringueiros de Manoel Urbano, uma das suas bases eleitorais, na divisa do Acre com o Amazonas.
Uma semana depois ele chegava na cidade. Encontrou o presidente do sindicato e perguntou:
– E aí, companheiro, distribuiu meus santinhos para a peãozada?
– Não, deputado, nós fumemos (sic) –respondeu o cabo eleitoral.
Mourão ficou atônito. Desesperado, pediu explicações.
– Mas os santinhos eram para os eleitores...
– Olha, deputado. Como ninguém tinha papel pro pito, fumemos seus santinhos.
Mourão deixou a cidade desanimado. Ainda assim, conseguiu se reeleger com pouco mais de 1.700 votos.

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