São Paulo, terça-feira, 20 de dezembro de 1994 |
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'É uma tragédia sem fim', diz PC
XICO SÁ
Relata que enfrentou pesadelos ao tentar dormir naquela madrugada, na sala que ocupa no Batalhão de Choque da Polícia Militar. Nas imagens da Rede Globo, Pedro apareceu em uma cadeira de rodas, com a cabeça encoberta por um pano preto, em Nova York. Ontem, deprimido, PC disse apenas que lamentava a morte de Pedro, responsável pelas primeiras denúncias do Collorgate. Na sexta, dois dias após ter sido condenado a sete anos de prisão, o ex-tesoureiro comentou a "onda trágica" que envolve os personagens do impeachment. Falou ainda sobre a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que o condenou por falsidade ideológica (autoria de contas fantasmas). Folha – Como o sr. vê essa história do câncer de Pedro Collor? PC Farias –Só posso acreditar em uma força qualquer do destino, algo trágico que tem acompanhado todos nós que, de uma forma ou de outra, nos envolvemos com a história que começou com a CPI. Fiquei impressionado com a imagem que vi na TV ontem à noite (quinta). Isso me assusta. Folha –E a morte da sua mulher, Elma? PC Farias –Elma não aguentou a situação, dizia que isso poderia ocorrer mesmo com ela a qualquer momento. Folha – E a decisão do STF? Já passou o choque inicial? PC Farias – Confesso que estou arrependido do crime que o Supremo concluiu que eu cometi. Não posso, de forma alguma, contestar a condenação da Justiça. O STF quis dar um exemplo para o país. Eu mesmo apelo para que ninguém siga o mesmo caminho que segui ao abrir e movimentar contas fantasmas. Esse é um tipo de prática que deve acabar, pois a CPI da Evasão Fiscal apurou a existência de cerca de 10 milhões de contas fantasmas no país. Espero que o meu caso sirva mesmo de exemplo. Texto Anterior: Collor diz que lamenta morte de Pedro Próximo Texto: Aristides pede novo inquérito contra Collor Índice |
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