São Paulo, sexta-feira, 23 de dezembro de 1994
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Tribunal de Sergipe afasta juíza do cargo

EUGÊNIO NASCIMENTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ARACAJU

O Tribunal de Justiça de Sergipe decidiu anteontem à noite afastar do cargo a juíza Mirena Góis, da Auditoria Militar de Sergipe. O afastamento foi aprovado por oito dos nove desembargadores. Mirena pretende recorrer da decisão.
Há uma semana, a juíza decretou a prisão preventiva do comandante do Pelotão de Choque da Polícia Militar, capitão José Anselmo dos Santos, e de mais três sargentos e cinco soldados.
Os nove militares são acusados de participar dos assassinatos de José Hamilton Bispo de Menezes, 15, e Aloísio Bispo de Menezes, 17, em novembro de 92. Eles estariam envolvidos também com o extermínio de ladrões de gado e seus parentes no sertão. Todas as prisões foram revogadas pelo TJ.
O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Aloisio Abreu, disse que o afastamento da juíza "não tem nada a ver" com a decretação da prisão dos PMs.
"Ela não vinha respeitando os prazos de tramitação dos processos, escondia processos, e existe contra o seu comportamento várias representações", disse. A juíza se negou a falar sobre o assunto "para evitar maiores complicações".
Segundo seu advogado, José Ferreira, o TJ puniu Mirena por ela reter processos indevidamente quando era juíza da comarca de Canhoba (SE) na década de 80.
Ele disse que vai entrar na próxima semana com recurso junto ao Supremo Tribunal da Justiça.
O desembargador Aloisio Abreu disse ainda que a juíza Mirena Góis "é muito competente, mas não se enquadra ao Judiciário".
Segundo ele, a juíza será afastada das atividades, "mas poderá voltar dependendo de uma nova avaliação do TJ".

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