São Paulo, sexta-feira, 23 de dezembro de 1994
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'O Máskara' esquenta estréias de Natal

MARCEL PLASSE
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Filme: O Máskara
Direção: Charles Russell
Elenco: Jim Carey, Cameron Diaz
Estréia: Liberty, Ritz, Center Iguatemi e circuito

"O Máskara", filme que estréia hoje em todo o país, com cópias legendadas e dubladas e a presença do diretor Charles Russell, foi o azarão do último verão americano. Ator promissor, mas pouco conhecido. Diretor de filmes de terror de orçamento apertado. Estúdio independente. Baseado num gibi obscuro até nos EUA.
O filme custou US$ 20 milhões e já rendeu mais de US$ 100 milhões. Bateu "Assassinos por Natureza", de Oliver Stone, e "Timecop", com Van Damme.
A maior parte do dinheiro foi gasta com os efeitos especiais, criados pelo mesmo time de "Parque dos Dinossauros", a Industrial Light and Magic. O que funciona são justamente os efeitos, usados para extrair humor extremo do já caricato Jim Carey.
A história é batida. Bancário leva vida tediosa até encontrar máscara misteriosa e se transformar em super-herói. O diretor Charles Russell teve que brigar com o estúdio New Line para transformar o roteiro de clichês numa comédia.
Apostou tudo na escolha do ator principal, Jim Carey, que tinha sido um Jerry Lewis esforçado em "Ace Ventura, Um Detetive Diferente", mas era mais conhecido como o único ator branco da telessérie "In Living Color". Agora, famoso, Carey filma o papel de Charada, o vilão de "Batman 3".
Carey dita o ritmo de "O Máskara". Nas cenas em que aparece como o pacato Stanley Ipkiss, um Clark Kent bancário, o filme se arrasta à beira da chatice. Quando coloca a máscara e se transforma no primo pobre do Coringa (cara verde, terno folgado dos anos 40 e um senso de humor delirante), a comédia levanta vôo.
Russell joga um pouco de mambo na mistura, combina cores vivas com o rosto verde do personagem, embaralha mocinhas e vilãs para confundir o público adolescente e introduz Max, o cachorro que, no final, acaba sendo mais engraçado que Carey.

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sobre "O Máskara" à pág. 5-3

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