São Paulo, sábado, 24 de dezembro de 1994
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Preços disparam no México

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O comércio mexicano está aumentando expressivamente os preços dos produtos nacionais e importados, apesar do congelamento de preços e tarifas públicas e privadas por 60 dias imposto anteontem pelo governo.
Os reajustes atingem também as lojas de consumo popular. Os aumentos de 15% a 30% são registrados, principalmente, em eletroeletrônicos, eletrodomésticos, vestuário, móveis e alimentos.
A Procuradoria Federal do Consumidor estabeleceu um programa especial de vigilância de preços em todo o país.
O ministro do Comércio, Herminio Blanco pediu à população para manter a serenidade, afirmando que as medidas só afetam o sistema financeiro e que o restante da economia apresenta situação saudável.
Moeda
Nas principais casas de câmbio, o dólar foi cotado ontem a 4,00 pesos para compra e 5,10 pesos para venda, o que representa ligeira queda em relação a anteontem. Analistas disseram que a pequena redução já é um sinal de um relativo retorno à estabilidade.
A desvalorização real é calculada pelo mercado em torno de 35%. Há quatro dias era possível comprar US$ 1.000, por exemplo, a 3.400 pesos. Hoje com esse mesmo valor só é possível comprar US$ 650.
O PAN (Partido de Ação Nacional) conservador, qualificou de "trapaça" as medidas econômicas adotadas pelo governo e pediu um novo pacto político e econômico.
Desde 87 que está em vigor no México o "Pacto para o Bem-Estar, Estabilidade e Crescimento" entre o governo e diversos setores da economia.
Os líderes do PAN propõem um "grande acerto político e econômico" que substitua o pacto atual e seja "justo e democrático".
Felipe Calderón, dirigente do PAN disse que o México enfrenta as consequências de haver mantido a qualquer custo a "insensata" política cambial do ex-presidente Carlos Salinas (88 a 94).
A Standard and Poor's, empresa de avaliação de risco, diminuiu a nota atribuída à dívida mexicana em divisas para "BB". A revisão afeta cerca de US$ 30 bilhões da dívida em bônus.
Outra empresa, a Moody's, de Nova York, também confirmou a nota da dívida mexicana em pesos: "Baa1". A curto prazo, estima a Moody's, a desvalorização do peso vai provocar, seguramente, recessão.
Entretanto, avalia a Moody's, a desvalorização vai estimular as exportações, reduzir as importações, incentivar os investimentos estrangeiros e reduzir a dependência da economia mexicana do capital externo.

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