São Paulo, sábado, 24 de dezembro de 1994 |
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Parreira fala em retornar à seleção na Copa-98
MÁRIO MAGALHÃES
"Meu ciclo na seleção já terminou. Mas posso mudar de idéia", disse, rindo. Carlos Alberto Parreira contou que propôs para seu clube, o Valencia (Espanha), a contratação do atacante corintiano Viola. "Mas o Corinthians pediu US$ 8 milhões pelo passe, o que frustrou o negócio." O centroavante Viola participou da seleção de Parreira na Copa do Mundo dos EUA. Só que ficou na reserva. No último jogo, contra a Itália, atuou no segundo tempo da prorrogação. Há seis jogos sem vencer, o Valencia está mal. "Fomos prejudicados pela contusão de Mazinho por mais de um mês." O time dirigido pelo brasileiro está em 10º lugar no Campeonato Espanhol. Na última partida, empatou em 0 a 0 contra o Gijón. O técnico defendeu a nomeação de um auxiliar-técnico, "um conselheiro", para o novo treinador da seleção, Mário Lobo Zagalo. "É sempre bom alguém do lado para trocar idéia." A nova estrutura da seleção extinguiu a função de auxiliar, exercida por Zagalo durante o Mundial dos Estados Unidos. Muitos tetracampeões não terão fôlego para chegar à próxima Copa, prevê Parreira. "Jogadores como Ricardo Rocha e Branco terão por volta de 35 anos. Não haveria tanta motivação para ganhar um Mundial novamente." Para ele, a renovação começa com jogadores que foram aos EUA, como Cafu, Viola, Ronaldo e Márcio Santos. Segundo o técnico, seu sistema na Copa não era mais defensivo do que o implantado agora por Zagalo. Um dos quatro jogadores que Parreira usou no meio-campo, Mazinho, com funções acentuadas de marcação, foi substituído por um meia-atacante, Amoroso ou Marques. Parreira riu com a pergunta: "O retranqueiro então era você?" "Quem conhece o Zagalo sabe que não há nada de novo agora. A arrumação do time é diferente, mas a filosofia é a mesma. Com exceção dos dois atacantes, todos são obrigados a ajudar a defesa. Mesmo afastado, Parreira acompanha com atenção o futebol brasileiro. Sabe detalhes da seleção, através de um assíduo interlocutor nos telefonemas internacionais: seu substituto, Zagalo. Ao desembarcar ontem no Rio, Parreira disse que sente "saudade demais" do Brasil. "Houve um corte umbilical violento quando fui para a Espanha, em agosto. Lá o futebol é uma fogueira."(MM) Texto Anterior: Reunião hoje define dispensas Próximo Texto: Romário e Bebeto saem de 'férias' da seleção Índice |
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