São Paulo, domingo, 25 de dezembro de 1994 |
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Ator diz que conviver com vilão cansa
RONI LIMA
Aos 43 anos de idade e 38 de carreira, o ator diz ter "técnicas" para deixar seus personagens nos estúdios de gravação. Mas, quando menos espera, se depara com o jeito cínico e maquiavélico de Gustavo. "É desgastante ter que conviver sete meses com maus pensamentos", diz o ator, que se cansa só de ler as tramas diabólicas maquinadas pelo vilão. Apesar de ser um dos destaques da novela, Gustavo não tem dado muito trabalho ao seu intérprete nas ruas. É que o público, segundo o ator, costuma reagir de forma mais branda quando o personagem é um mau-caráter não muito raivoso –e mais apropriado para o horário da trama. O lado irônico e gozador de Gustavo também costuma despertar risos. "É o vilão de vesperal", se diverte Marcos, que costuma ouvir comentários do tipo: "Pô, você tá mau, hein?". A reação do público não foi tão amena assim quando Marcos Paulo interpretou um dos maiores papéis de sua carreira –o protagonista da minissérie "Primo Basílio", que destrói o casamento e a vida da prima. "Uma velhinha me parou na rua e, com ódio nos olhos, disse 'eu te odeio"', lembra o ator. Ele também sofreu quando viveu o malvado advogado Sérgio Santarém na novela global "Despedida de Solteiro". O ator conta que, quando foi comprar uma bicicleta para sua filha, uma cliente disse para o balconista: "Quando esse homem sair daqui, eu volto." Apesar da dura vida que levam os vilões, Marcos Paulo diz gostar do desafio. Segundo o ator, eles também são os personagens mais ricos. "O galã é sempre um personagem retilíneo. Você sabe que vai sair daqui e acabar com a mocinha", diz. O mais importante, segundo Marcos Paulo, é "variar" e não se prender a um só tipo de personagem. Foi assim que construiu sua carreira desde que começou, aos cinco anos de idade, fazendo pontas na TV Record –levado pelo pai, o autor de novelas Vicente Sesso. Há 25 anos na Globo, Marcos Paulo também já dirigiu especiais, novelas e minisséries –além de rápidas passagens pelo teatro e o cinema. Texto Anterior: Público prefere séries nacionais Próximo Texto: Gazeta quer transmitir o Campeonato Paulista de 95 Índice |
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