São Paulo, terça-feira, 27 de dezembro de 1994
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Mário Sérgio quer time para 1 ano

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de dois anos trocando jogadores, técnico e comissão técnica a cada campeonato, o Corinthians deverá ter apenas um time durante todo o ano que vem.
Esse objetivo foi revelado ontem pelo técnico Mário Sérgio na entrevista coletiva que deu logo após ser oficialmente recebido pelo presidente Alberto Dualib.
"Assinei contrato por um ano", falou Mário Sérgio. "Se der certo queremos que ele fique mais um, dois ou três", disse o vice-presidente de futebol Romeu Tuma Jr.
O novo técnico não quis revelar planos. Disse até que ainda não descartou qualquer jogador. "Em princípio, todos interessam."
Sua declaração contrasta com suas opiniões como comentarista de TV. No Brasileiro, disse que Wilson Mano, Paulo Roberto e Luisinho eram lentos. Além disso, tem uma divergência com o lateral Branco, que surgiu na preparação da seleção brasileira para a Copa.
Mário Sérgio tampouco revelou quais contratações serão indicadas por ele. "Ainda preciso analisar."
Disse apenas que vai mandar observar jogos da Copa São Paulo de Juniores para tentar descobrir promessas na equipe do Corinthians ou fora dela.
Se quiser algum reforço de expressão, Mário Sérgio terá que enfrentar o "projeto pé-no-chão", o eufemismo usado pelo clube para a falta de dinheiro.
A diretoria está sem recursos para contratações. Mas Mário Sérgio disse que confia que seus eventuais pedidos serão atendidos.
O técnico afirmou que pretende reimplantar o estilo forte de marcação que caracterizou o Corinthians durante o seu primeiro período de trabalho no clube, no segundo semestre de 93.
"O torcedor corintiano exige que o jogador tenha pegada. Quem não entender isso, não vai ficar aqui. Mas confio que todos aceitem essa filosofia."
O técnico disse que quer jogadores que "se doem 24 horas por dia ao clube. Não se pode admitir estrelismo, nem vaidade."
Citou o centrovante Viola como exemplo. Sobre sua fase, disse: "Ele só rende quando está bem fisicamente. Posso até adotar um turno extra de treinos para ele."
Mário Sérgio reconheceu que, quando era jogador, foi um fiel contra-exemplo do atleta que quer hoje como técnico.
Apesar do discurso "faça o que eu falo, não o que eu fiz", Mário Sérgio diz não temer repetir o que fez Serginho, que como técnico do Santos agrediu um diretor do Guarani e um jornalista.
"Não existe nada mais burro do que brigar com a imprensa."
Mário Sérgio disse também que espera mais cobrança. "Da primeira vez, pude jogar fechado atrás mesmo atuando em casa. Agora, contra equipes mais fracas, vou ter que jogar ofensivamente."
Ele deve abolir o esquema de três atacantes, mas não revelou se pretende tirar Marques ou se vai recuar Marcelinho para o meio.

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