São Paulo, sábado, 31 de dezembro de 1994
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Fleury se diz traído por Itamar e PSDB

REINALDO AZEVEDO; NILSON DE OLIVEIRA
EDITORES-ADJUNTOS DE POLÍTICA

O governador Luiz Antônio Fleury Filho, 45, termina seu mandato à frente do governo de São Paulo sob o signo da traição e da conspiração. Pelo menos é este o seu "Eu acuso".
Os personagens dessa opereta são, principalmente, o presidente Itamar Franco, o ministro da Fazenda, Ciro Gomes, e, a partir de ontem, o próprio presidente eleito, Fernando Henrique Cardoso.
Em entrevista à Folha, concedida na quarta-feira, dois dias antes de o Banco Central intervir no Banespa por inadimplência, Fleury afirmava que foi procurado diversas vezes pelo governo federal para aprovar o Real, que evitou a oposição a Itamar para "preservar as instituições" e que, depois de usado, foi enxovalhado em praça pública.
Fleury garantia que a situação do Banespa estava sob controle e exibia números mostrando que a maior parte da dívida de US$ 8 bilhões que o Estado mantém com o banco foi contraída no governo Franco Montoro (83-87).
Ontem, após a intervenção, Fleury ligou para a Folha e afirmou que a traição e a conspiração haviam se confirmado com a intervenção "covarde e safada".
O ainda governador diz esperar que o PMDB tome alguma providência, caso contrário, promete "romper com o partido". diz ter Informações de que FHC e Covas sabiam da intervenção.
A Folha procurou durante todo o dia de ontem Itamar e Ciro Gomes para responder às acusações de Fleury. Ambos não se manifestaram. Abaixo, os principais trechos da entrevista.

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