São Paulo, sábado, 31 de dezembro de 1994 |
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Injeção única elimina tumores em animais
DANIELA ROCHA
David Cheresh e Peter Brooks, do Instituto de Pesquisa Scripps, em La Jolla, na Califórnia, publicaram o trabalho ontem na revista científica Cell. Não queremos ser otimistas demais (...), há muito a ser feito. Mas, até agora, estamos no caminho certo, disse Cheresh. As proteínas, produzidas em laboratório, destroem novas ramificações de vasos sanguíneos que alimentam o tumor e bloqueiam os vasos existentes. Sem sangue, o tumor não pode sobreviver. Segundo os cientistas, as proteínas não são tóxicas a tecidos não-tumorais. Os pesquisadores utilizaram dois tipos de proteínas em testes com animais. A primeira é um anticorpo produzido por engenharia genética, batizado de LM609. O anticorpo é específico para bloquear apenas uma substância presente em células da parede dos vasos. As células morrem, fechando o vaso sanguíneo. A outra proteína, sintética, tem um efeito parecido. "O anticorpo provoca autodestruição das células de novos vasos (...), e as células do tumor começam a morrer", explicou Cheresh. Os cientistas introduziram fragmentos de tumor humano em embriões de frango de dez dias. Em algumas horas, formam-se vasos sanguíneos ao redor das células cancerígenas. Após 24 horas, os pesquisadores injetaram uma dose das proteínas em alguns dos embriões. Os cientistas constataram redução significativa de vasos ao redor do tumor dos embriões que receberam a injeção, enquanto que o tumor progredia em embriões que não receberam a injeção. Segundo Cheresh, o mesmo resultado foi constatado em experimentos com ratos e coelhos. Ele afirmou, no entanto, que a descoberta não significa a cura para o câncer. A injeção foi eficaz em vários cânceres: melanomas malignos (pele), câncer no pulmão, na mama, no cérebro, no pâncreas e na laringe. Texto Anterior: FHC recebe Alencar em audiência na terça Próximo Texto: Cristais em roupa são moda nos EUA Índice |
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