São Paulo, sábado, 31 de dezembro de 1994
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Ministério pesquisa infecção hospitalar

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A coordenadora de Infecção Hospitalar do Ministério da Saúde, Sandra Suzana Prado, disse que "a taxa de infecção hospitalar no Brasil é 50% maior que a dos países europeus e asiáticos".
Sandra coordenou uma pesquisa, feita pelo ministério em 99 hospitais, que constatou o cumprimento de apenas 35% das ações para prevenção das infecções hospitalares.
Entre as medidas de prevenção pouco cumpridas estão a esterilização dos materiais usados em cirurgias e em exames para diagnóstico e o uso de luvas.
Os hospitais pesquisados estão localizados em capitais brasileiras. Foram pesquisados 8.545 pacientes. O estudo encontrou prevalência média de 15,62% de infecções hospitalares entre os pacientes.
A pesquisa mostra um dado considerado "alarmante" pela coordenadora: nas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) para recém-nascidos, o índice de infecção hospitalar chega a 56,7%.
Nos hospitais da região sudeste, a taxa de infecção hospitalar é maior –19,5%. No nordeste, o índice chega a 16,1% e, na região sul, a 10,8%. O centro-oeste tem o índice mais baixo: 8,5%.
A coordenadora ressaltou que a infecção hospitalar também causa problemas econômicos, pois aumenta o tempo de permanência do paciente no hospital.
O estudo constatou que o tempo médio de internação de um paciente contaminado por infecção hospitalar é de 20 dias. Pacientes não contaminados permanecem internados por dez dias, em média.
Suzana defende parcerias entre a sociedade civil e o governo para reverter o quadro. "Ministério e secretarias de saúde deverão desenvolver ações para aumentar a qualidade da assistência hospitalar a partir de 95", disse.

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