São Paulo, sábado, 31 de dezembro de 1994
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Pelé promete privilegiar esportes de base

DA REPORTAGEM LOCAL E DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

O futuro ministro extraordinário dos Esportes, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, garantiu que sua atuação no governo não se restringirá ao futebol.
"Quando se fala em Pelé o pessoal só pensa em futebol, mas ele não é só isso. Nós temos uma imensidão de outras modalidades. Aliás, a minha intenção é dar principal atenção ao esporte de base que foi totalmente esquecido no Brasil", disse.
A primeira medida a ser tomada por Pelé no governo será visitar países que já possuem ministérios dos esportes.
"Quero resolver o organograma para que eu possa passar pelo menos uma semana na Inglaterra ou uma semana na França no começo de fevereiro. É para aprender novos métodos de trabalho na área esportiva", afirmou.
Cuba também foi citada como país-modelo em esportes.
Perguntado sobre seu salário como ministro, Pelé parodiou Chico Anísio em seu personagem na "Escolinha do professor Raimundo": "o salário, ó", disse Pelé.
Ele negou que já tenha feito algum convite para compor o seu secretariado. Ele citou, como pessoas "que têm muitas idéias", Zico, Nelson Piquet e o empresário Júlio Mazzei.
Mazzei foi treinador do Cosmos, equipe em que Pelé atuou nos Estados Unidos após deixar o Santos. "Acho que dos Estados Unidos nós podemos aprender muito em organização de eventos", afirmou.
Pelé declarou que os professores de educação física, "que nunca foram usados como deveriam", terão papel de destaque no seu ministério. "Eu também sou formado em educação física e sei a importância desses profissionais", disse.
Ele disse que fará uma ampla convocação para que as empresas privadas participem "no fomento do esporte de base, aquele que envolve as crianças, principal objetivo no ministério".
O ex-jogador se recusou a comentar uma possível intenção do presidente eleito, Fernando Henrique Cardoso, no sentido de que as estatais não patrocinassem equipes como as de vôlei e futebol.
"Tudo isso eu só falo após tomar conhecimento de perto da situação. Primeiro eu tenho que conversar com o presidente. Depois a gente analisa essa questão", disse.

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