São Paulo, sábado, 31 de dezembro de 1994
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Foi bom para você também, meu bem?

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, que a bola, irmã do sol e irmã da lua, continue a nos dizer sim como disse na temporada que passou pela avenida dos nosso impossíveis desejos deste país que...
Deus está solto no país do futebol. E aquela velha história de um desejo que todos os jogos de futebol têm para contar. E que o Osmar Santos deveria continuar a nos narrar. Para a alegria na cidade.
Marcos Augusto Gonçalves conta que, na sua plataforma de sempre, o fluminense Tom Jobim dizia que não havia beleza maior do que a torcida do Flamengo entoando: "Meeengo, meeengo".
-Parece canto gregoriano, dizia o Antonio Brasileiro. Antonio conselheiro.
Alô, alô Ronaldo, você comandou a massa. Mas o Danrlei mantém teso o arco da promessa.
(Mas a imagem é: Taffarel erguendo as mão para os céus. Na trilha sonora, Barbara Hendricks cantando "Ele tem o mundo todo nas suas mãos..")
Na retaguarda que ataca pelo flanco direito, não foi o domingo 23 de São Jorge. Cafu, como o poeta, parece ter perdido o bonde e a esperança. Esperança? O Pavãozinho misterioso e o Bruno.
Ah, e o sempre óbvio e oculto Índio.
Nos EUA se falou muito de uma Bronco branca. Aqui se falou muito de um Branco bronco. Branco, o homem de todas as difamações. Algumas ele passou por cima. Outra, por baixo.
(O certo é bandeira branca, amor).
E o certo é que ele, o rei, Roberto Carlos, foi o terrível. Se chorou ou se sofreu, o importante é que emoções (das grandes) ele viveu. Janelas e portas ainda vão se abrir para ver você chegar.
Em época de muitos duetos, uma dupla aconteceu: Aldair e Márcio Santos. O acaso, por mero descaso, nos levou a vocês. Sorte da Roma, cidade aberta. Sorte de Florença, terra do calcio.
Mas faltou aquele que classificaram de anti-musical (revelou-se a sua enorme ingratidão): o desafinado Antônio Carlos. Isto é bom de bola, isto é muito natural. A alegria é você, zagueiro.
Dunga foi o vingador do futuro. Que já passou. Mauro Silva é a felicidade guerreira de Waly Salomão. Ave Cesar, para sempre Sampaio. Arigatô. A novidade tem nome e joga futebol: Zé Elias.
Zinho é a noite ilustrada: Deus a volta por cima. Rivaldo é o homem das mil e uma noites. Das mil pernas.
Arnold Schwarzenegger é Junior, ou melhor, Juninho. A mais bela rima rica dos meus versos é Amoroso. Marcelinho, pela minha lei, a gente era obrigado a ser feliz. Marques, mar de porques...
Salve, salve Sávio. Evoé, como diria o Bandeira, Evair. Edmundo é de mais. 15 minutos de fama. Depois a Viola foi pro saco, pro fundo do baú. Não haverá mais ilusão? Há Luizão. Que vale por muitos.
Linho e linha: Bebeto e Romário. Mr. Banda da Estrelas Solitárias? Túlio. Por que o povo não vai no embrulho. E que as pedras venham rolando pelo nosso caminho. Que o jogo não vai ficar um a um.
Então, foi bom?
PS: E o Dener?

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