São Paulo, sexta-feira, 4 de fevereiro de 1994
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Procura por ingressos da Copa supera vendas de 90

PAULO D'AMARO
DA REPORTAGEM LOCAL

Se depender do movimento nas agências de turismo, pode-se dizer que os brasilieiros estão confiantes na seleção. Faltando mais de quatro meses para a Copa dos EUA, foram vendidos cerca de 2.200 pacotes turísticos, quase metade do total disponível. "É o dobro do registrado na mesma época do ano em 1990, quando aconteceu a Copa da Itália", diz Douglas Santos, responsável pelas vendas da operadora Agaxtur. A seleção vivia então a "era Dunga" e o técnico era Sebastião Lazaroni.
As boas vendas não significam estádios repletos de brasileiros. São apenas 4.500 pacotes, distribuídos por um pool de operadoras: Agaxtur, Stella Barros e Monark Turismo, e Pelé Sports & Marketing. Elas vendem os pacotes para pessoas comuns, agências menores e empresas que fazem sorteios na TV, como Knorr e Shell.
O número de ingressos é pequeno porque o Comitê Organizador da Copa destinou só 15% dos bilhetes da primeira fase às agências de turismo do mundo todo. Do restante, 15% ficaram com a Fifa para distribuição de cortesia, 5% com os patrocinadores oficiais e 65% foram vendidos nos EUA.
A venda de ingressos entre os norte-americanos surpreendeu. Em outubro passado, uma pesquisa mostrou que apenas 13% das pessoas sabiam da Copa do Mundo. Ainda assim, quando as bilheterias abriram ao público, no final do ano, metade dos ingressos foi vendida em menos de duas horas. O resto não durou mais de dois dias. "São 16 milhões de crianças que jogam e adoram o futebol nos Estados Unidos", justifica Paulo Maran, 38, dirigente da Pelé Sports & Marketing, empresa que coordena o pool de operadoras.
Fora dos EUA, a venda de ingressos é feita na forma dos pacotes, que incluem hospedagem e outras facilidades. Isso complicou os planos de muitos brasileiros que têm parentes e amigos no país da Copa e não queriam gastar dinheiro em hotéis (leia texto abaixo).
"Os pacotes turísticos são a opção ideal para quem não quer ter preocupações", afirma Marcelo Marcondes de Mello, gerente de promoções da Stella Barros Turismo. Além dos ingressos para os jogos, eles dão direito a hospedagem de primeira categoria e garantem o transporte para os estádios. Podem fornecer também o passe aéreo entre San Francisco e Detroit, as cidades em que o Brasil jogará na primeira fase.
Os pacotes também incluem guias bilíngues, microônibus para levar a torcida aos estádios e até seguro de saúde. O único problema é o preço, que se eleva muito em razão do nível dos hotéis, sempre de primeira.

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