São Paulo, domingo, 6 de fevereiro de 1994
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Sueco acha que time está mais entrosado

JAIR RATTNER
ESPECIAL PARA A FOLHA

Stefan Shwarz, de 24 anos, costuma jogar como meia-esquerda recuado na seleção sueca e muitas vezes sobe para tentar o gol em chutes fortes de fora da área. É um jogador que tem como marca a eficiência: não perde tempo driblando e é rápido na passagem da bola. Para os suecos, é uma peça fundamental na ligação da defesa para o ataque.
Há três anos no Benfica, veio do Malmoe –um time do sul da Suécia–, depois de ter chamado a atenção na Copa de 1990. Escolheu sair do seu país, onde, por causa do frio, apenas se joga futebol seis meses por ano.
Shwarz e seus companheiros vão tentar fazer jus à tradição sueca em Copas. A Suécia, vice-campeã em 1958, ficou de fora das Copas de 82 e 86 e deu vexame na Copa de 90, perdendo para Brasil, Escócia e Costa Rica pelo mesmo placar: 2 a 1. Shwarz disputou as três partidas. (JR)
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Folha - É a terceira vez que a Suécia enfrenta o Brasil num grupo inicial da Copa do Mundo (as outras duas foram em 78 e 90). Como é que você encara enfrentar o Brasil?
Stefan Shwarz - É sempre um bom adversário, todos os jogadores brasileiros são bons e jogam como uma equipe, contando com muitos valores individuais.
Folha - O que mudou em relação à seleção da Suécia de 1990?
Shwarz - Na Copa de 90, o time sueco era muito jovem. Agora ainda temos uma equipe jovem, mas muito experiente. Jogamos juntos a Copa de 90 e a Eurocopa de 92. Agora estamos há quatro anos juntos e nos entendemos melhor que antes.
Folha - Em termos táticos, o que mudou no time sueco?
Shwarz - Acho que temos muitas misturas. Temos alguns jogadores na Itália, eu estou em Portugal, outros na Alemanha e na Inglaterra. Os jogadores trazem alguma coisa do país onde jogam e nós tentamos jogar um pouco misturado, com lançamentos longos, passes curtos e toque de bola, dependendo do adversário.
Folha - Como está a situação do futebol no país?
Shwarz - O interesse pelo futebol cresceu muito na Suécia. É o esporte número um, mas mesmo assim não é grande coisa.
Folha - Não dá para jogar o ano inteiro lá, por causa do frio e da neve?
Shwarz - Só seis meses por ano. Mas isso não é grande problema para a seleção, porque quase todos os jogadores do time estão fora do país, em lugares que têm quase 11 meses por ano de futebol por ano. Folha - Quem você acha que são os favoritos na Copa?
Shwarz - O Brasil é sempre um dos favoritos e a Alemanha também. As seleções da América do Sul vão sempre muito longe nas Copas. Vai ser difícil porque agora não há grandes diferenças entre as equipes e todas têm muito tempo para se preparar para a Copa. O que vai decidir não vai ser só a forma de jogar, mas também a sorte.
Folha - Pelos jogos das eliminatórias, o que você acha que são os pontos mais fortes do Brasil atualmente?
Shwarz - Acho que tem um conjunto muito forte. Do goleiro ao centroavante são todos bons.
Folha - Como vencer o Brasil?
Shwarz - Vai ser difícil. Também para o Brasil vencer a Suécia vai ser difícil. Acho que as duas equipes vão jogar para ganhar.

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