São Paulo, terça-feira, 8 de fevereiro de 1994 |
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Dívida é de grande produtor
CARLOS ALBERTO SARDENBERG
No ano passado, foram emprestados US$ 9,7 bilhões aos produtores. Pouco mais de 75% dessas operações foram feitas pelo Banco do Brasil. A metade do dinheiro (US$ 4,6 bilhões) veio da Poupança Verde, caderneta de poupança do BB que remunera os aplicadores pelas taxas normais. Outros US$ 1,2 bilhão vieram do Tesouro Nacional e se destinaram a pagar subsídios aos mini e pequenos produtores. É, portanto, dinheiro que veio de impostos e o empréstimo já embutiu subsídio, ou seja juros e correção monetária abaixo da inflação. Os restantes US$ 3,8 bilhões que completaram o crédito rural do ano passado vieram de variadas fontes, inclusive de depósitos à vista não remunerados pelo banco. Dados do Banco do Brasil indicam também que 30% das dívidas rurais pertencem a produtores de soja, cujo preço é sempre negociado em dólar, imune, portanto, às variações da correção monetária em cruzeiros. Sem contar que a cultura de soja é controlada por médios e grandes produtores. O projeto de decreto legislativo que manda os bancos devolverem a correção monetária aos produtores rurais deve ser votado hoje na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Se aprovado, o Banco do Brasil torna-se devedor de uma quantia que pode passar dos US$ 90 bilhões. E quebra. Texto Anterior: Itamar já estuda nomes para os eventuais substitutos na Fazenda Próximo Texto: Câmara investiga "pianista" na votação Índice |
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