São Paulo, terça-feira, 8 de fevereiro de 1994
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Bresser vai à Justiça contra Pão de Açúcar

DA REPORTAGEM LOCAL

Bresser vai à Justiçacontra Pão de Açúcar
Luiz Carlos Bresser Pereira, ex-ministro da Fazenda no governo Sarney, entrou com uma ação na Justiça cobrando direitos trabalhistas junto ao grupo Pão de Açúcar. A juíza Lizete Belido Barreto Rocha, da 53.ª Junta de Conciliação e Julgamento da Capital, marcou a audiência para o dia 13 de abril, às 13h20.
O ex-ministro ajuizou uma ação trabalhista no último dia 27 para pedir diferenças salariais e outros benefícios referentes ao período em que trabalhou na Companhia Brasileira de Distribuição, holding que controla a rede de supermercados Pão de Açúcar. O número do processo é 156/94.
O grupo Pão de Açúcar não quis comentar o assunto. Ontem, por meio de sua assessoria de imprensa, limitou-se a divulgar uma nota assinada pelo próprio ex-ministro que ameniza o impasse criado entre ele e o grupo. Na nota, Bresser afirma que a ação trabalhista é "apenas formalmente verdadeira".
Bresser Pereira começou a trabalhar no grupo, comandado pelo empresário Abílio Diniz, em 1963, como assessor. Em 1965, foi eleito diretor estatutário, posição que ocupou até outubro de 1989. Em novembro de 1989, foi registrado na holding. A sua última função –ele se desligou efetivamente do grupo no último dia 20– foi a de coordenador do Conselho de Administração do grupo, informa Alfredo Flandoli, advogado do ex-ministro.
Entre as reivindicações, conta Flandoli, estão: reposição das perdas salarias, de 84,32%, provocada pela Lei n.º 8.030/90 (Plano Collor), diferenças de aviso prévio, férias, 13.º salário, descanso semanal remunerado, FGTS, multa de 40% sobre o FGTS etc. "Se não tivéssemos 100% de chance de ganhar não teríamos ido à Justiça", diz Flandoli.
A íntegra da nota assinada por Bresser Pereira e divulgada pelo Pão de Açúcar é a seguinte: "A notícia publicada na imprensa segundo a qual eu estaria movendo uma ação trabalhista contra o Pão de Açúcar é apenas formalmente verdadeira. Depois de colaborar com a empresa durante 30 anos, havendo completado a tarefa a que havia me dedicado nos últimos anos de ajudar a equacionar o conflito familiar, desliguei-me parcialmente dela, tendo feito um acordo inteiramente satisfatório. O desligamento é parcial, não apenas porque continuarei a ser membro do Comitê Executivo do Grupo, mas também porque mantenho com Valentim (fundador do grupo) e Abílio Diniz profundas relações de amizade."

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