São Paulo, sexta-feira, 11 de fevereiro de 1994
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Operação policial fecha cassino em SP que pertenceria ao bicheiro Ivo Noal

Funcionários que estavam no local foram presos

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia fechou anteontem, às 22h30, um cassino na rua Dr. Carlos de Oliveira Coutinho, no Morumbi (zona oeste de São Paulo). Ao todo, 22 policiais cercaram a casa e prenderam quatro crupiês, quatro garçons, um segurança, um cozinheiro e o gerente da casa. Nenhum jogador foi preso. A polícia tem informações de que o cassino pertenceria ao banqueiro do jogo do bicho Ivo Noal.
"Descobrimos que os jogadores só chegavam após as 23h30", disse o delegado Roberto Moreno, 52, da Delegacia de Vadiagem do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais). Segundo estimativa da polícia, o cassino movimentava cerca de US$ 100 mil por noite. Na casa foram achadas duas mesas de "black-jack", duas roletas, uma mesa de bacará e uma de crepe.
A operação da Polícia Civil foi determinada pelo secretário da Segurança, Odyr Porto. Na tarde de anteontem, os policiais que participariam dela foram comunicados que deveriam ficar à noite de prontidão. Segundo o delegado, todos foram enviados para um posto de gasolina na avenida Morumbi. Só então os policiais foram avisados que deveriam fechar o cassino.
Dois homens faziam a segurança externa da casa. Eles foram rendidos pelos policiais. Um outro segurança, que estava em uma guarita, correu para a sala. Os policiais pularam o muro e abriram o portão da casa. Ao entrarem na residência, encontraram o cassino pronto para o jogo começar. Alguns funcionários tentaram fugir por uma saída nos fundos da casa, mas ela estava cercada.
Não foi achado dinheiro, nem vales preenchidos. A polícia encontrou apenas fichas de crédito e vales em branco. Rafael Tepedino Filho, 43, acusado de ser o gerente do cassino, não quis prestar depoimento. "Embora não tenhamos apreendido dinheiro e achado jogadores, o fato de a casa estar preparada para o jogo configura o crime", afirmou o delegado.
A polícia investiga ainda a informação de que esse cassino teria sido aberto pelo bicheiro Ivo Noal após o fechamento de um outro, na rua General Almério de Moura, no Morumbi, cuja existência foi revelada pela Folha em novembro passado. Os 11 funcionários presos foram soltos depois de pagarem fiança de CR$ 30 mil. A Folha procurou Ivo Noal, por telefone, em seu escritório, ontem à tarde, na avenida Angélica (região central), mas a informação era de que ele não estava no local.

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