São Paulo, sexta-feira, 11 de fevereiro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Tonya quer abraçar Nancy

ANDRÉ FONTENELLE
DA REPORTAGEM LOCAL

A patinadora norte-americana Tonya Harding, acusada de ter planejado o atentado contra a rival Nancy Kerrigan, disse que quer "dar um abraço" na própria Nancy, durante os Jogos, "se ela deixar". "Vou dizer a ela que lamento muito o que aconteceu, que quero sempre o melhor para ela e que me perdoe por essa confusão", disse Tonya à TV dos EUA.
Segundo o informativo olímpico "Info 94", Nancy Kerrigan vai portar a bandeira dos EUA na cerimônia de abertura. O Comitê Olímpico dos EUA não confirmou. Ainda segundo o Comitê, Tonya desistiu de participar da cerimônia de abertura. Nancy chegou ontem à Noruega, sob escolta. Segundo seu técnico, Evi Scotvold, ela está "na melhor forma de sua vida".
Tonya entrou com um mandado em um tribunal de Portland (EUA) para garantir seu direito de disputar os Jogos. Ela pediu uma indenização de US$ 20 milhões pelos danos causados à sua preparação. "Eu vou à Olimpíada. Vou ganhar a medalha de ouro e pendurá-la na parede", anunciou.
O Comitê Olímpico dos EUA afirmou que, na terça, vai decidir se Tonya participará ou não dos Jogos, com base em critérios puramente esportivos e não necessariamente jurídicos.
O ataque
O atentado contra Nancy Kerrigan ocorreu na tarde de 7 de janeiro, em Detroit, quando ela treinava para o Campeonato dos EUA. Um homem se aproximou com uma barra de ferro e atingiu seu joelho direito com violência, fugindo sem ser identificado. Nancy gritou: "Por que eu? Por que agora?"
Tonya Harding acabou conquistando o título dos EUA. Nancy se recuperou rapidamente e dez dias depois já retomava lentamente os treinos. Enquanto isso, a polícia começava a achar indícios que apontavam na direção da rival Tonya Harding. Seis dias após o atentado, foram presos os guarda-costas de Tonya, Shawn Eckardt e Derrick Smith. O ex-marido de Tonya, Jeff Gillooly, também foi detido. Em troca de uma possível redução da pena, Gillooly confessou sua cumplicidade e incriminou Tonya.
Esta começou a cair em sucessivas contradições, que levaram o "The New York Times" a dar como certa sua detenção nos próximos dias.
A patinação artística ganhou muita popularidade nos EUA nos últimos anos, o que acirra as rivalidades. Uma vitória significa milhares de dólares em publicidade. Nancy e Tonya competem também nesse aspecto. Nancy é uma namoradinha dos americanos, bonita e bem comportada. Tonya é o contrário: rude, ambiciosa, pouco sofisticada, não tem a mesma popularidade. (AFt)

Texto Anterior: Schumacher quebra recorde em Montmeló
Próximo Texto: Leite Moça e L'Ácqua passam às semifinais
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.