São Paulo, sexta-feira, 11 de fevereiro de 1994
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Clubes de SP estabelecem suas regras de conduta nas pistas

GUTO BARRA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Muito se fala da permissividade e do hedonismo do mundo club, da cultura do "dowatchalike" (faça o que quiser). Mas, na prática, será que é bem assim? Por isso, Atitude traça um roteiro do que pode e o que não pode nas principais casas de São Paulo. Para, no mínimo, você não chegar desavisado num lugar ou chegar e ser advertido por algum segurança.
Segundo os donos dos clubes e promoters entrevistados, que só concordam na proibição a consumo de drogas, essas "regras" de comportamento só existem em função de queixas de frequentadores, incomodados com os supostos excessos de alguns clubbers. No Columbia, o proprietário Angelo Leuzzi, 33, sugere que sejam levados em conta o lugar e o tipo de público da noite em questão, para determinado tipo de comportamento -seja ele homo ou heterossexual. ’inda, sugere o "bom senso das pessoas" como norma.
No Massivo, segundo a promoter Calu Blancas, 23, há no momento uma invasão do que se chama de "turistas da noite", pessoas que vão exatamente para ver tudo isso e, portanto, não há restrições no clube. Mas ela avisa: "o Massivo não é motel". E também ressalta: travesti não pode entrar, mas drag queen pode.
Também no Sra. Krawitz, pode tudo. E em qualquer lugar. O promoter da casa, Nenê, 21, conta que a dificuldade não é segurar o povo, mas conseguir seguranças que se habituem com o vale-tudo que é política do clube, incluindo trânsito livre para todos os sexos nos dois banheiros.
No Allure, a casa preferida dos modelos da cidade, a relações-públicas Marcia Macambira, 31, explica que, apesar de os homens não poderem tirar a camisa e de não ser permitida a "pegação" (agarração) gay, beijo e abraço pode. Mas ela acha que isso não acontece lá "porque as pessoas não iriam se sentir bem". A Overnight, uma das mais tradicionais casas noturnas da zona leste, mostrou-se uma das mais conservadoras, restringindo qualquer tipo de comportamento homossexual e mesmo heterossexual mais "animado", como as almôndegas (grupos de pessoas dançando sensualmente, agarradas, na pista).

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