São Paulo, quinta-feira, 17 de fevereiro de 1994
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Homem morre ao cair no Sambódromo

DA REPORTAGEM LOCAL

O encanador José Eduardo Moço, 21, morreu na madrugada de ontem no Sambódromo de São Paulo ao cair da arquibancada. Moço sentou no muro de 1,20 metro, que cerca a extremidade superior da arquibancada do setor 7, para assistir o "Desfile da Apoteose" –o encerramento do Carnaval paulistano, com a apresentação das principais escolas e blocos.
O encanador perdeu o equilíbrio às 3h40 e caiu de uma altura de 11 m. Teve traumatismo craniano e morreu a caminho do hospital. Ele estava acompanhado da irmã, Adriana Cristina Moço, 23. Ela disse à polícia que o irmão havia bebido antes de sentar na mureta.
O Contru (Departamento de Controle do Uso de Imóveis), vinculado à Secretaria Municipal da Habitação, vistoriou ontem o setor de arquibancada onde ocorreu o acidente. Segundo Carlos Alberto Venturelli, diretor do órgão, a arquibancada está "absolutamente" dentro das normas de segurança.
Venturelli afirma que a altura do muro de proteção (1,20 m) corresponde às exigências da legislação. Além das dimensões adequadas, diz o engenheiro, a extremidade do "guarda-corpo de concreto" é inclinada, de maneira a não permitir que os espectadores dos desfiles sentem ou mesmo subam nele. De acordo com Venturelli, o dispositivo de segurança foi projetado não só para evitar quedas, mas também para suportar a pressão do público caso a arquibancada esteja lotada.
O engenheiro civil Antonio Calafiori Neto, com pós-graduação em engenharia de segurança, concorda que a altura do muro de proteção cumpre as normas da legislação. O engenheiro de segurança ressalva, porém, que em locais frequentados por pessoas "fora de seu estado emocional normal", como o Sambódromo –onde há grande consumo de bebidas alcoólicas–, as construtoras deveriam reforçar os dispositivos de segurança. Calafiori diz que a colocação de telas de proteção reduziria a "imprudência das pessoas" –segundo ele, a principal causa de acidentes em construções.

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