São Paulo, sexta-feira, 18 de fevereiro de 1994
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Abras defende dolarização e tablita

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Levy Nogueira, defendeu ontem em Belo Horizonte (MG) a dolarização imediata da economia, com a adoção da tablita para contratos que embutem a inflação futura. "Acho que o ideal seria a troca imediata de moeda e um choque mesmo", afirmou o empresário.
Levy Nogueira reivindicou também a substituição do cruzeiro real pela URV (Unidade Real de Valor) para expressar os preços das mercadorias nas prateleiras dos supermercados. "Não dá para comprar em URV e vender em cruzeiro real", disse.
Nos planos do governo, entretanto, a URV funcionaria inicialmente apenas como indexador, que serviria de parâmetro unificado para os custos das empresas. Nada impediria que os preços das mercadorias continuassem em cruzeiros reais, sendo reajustados nos prazos normais pela variação da URV.
Ele afirmou que a fixação dos preços dos produtos em URV pode acarretar um inconveniente para os consumidores, que teriam que conviver com os preços reajustados diariamente. "Por isso, defendo também a correção diária dos salários. Acho que o governo poderia adotar um indexador único e total para a economia. É uma questão de justiça", disse.
O presidente da Abras disse que o dia 1.º de março "é uma data boa" para implementar a URV. "Só que o governo precisa colocar a URV de maneira compulsória, unificando todos os indexadores por um prazo máximo de 60 dias e adotar novamente a tablita", para converter as dívidas contraídas pelo comércio junto à indústria.
A tablita (tabela de conversão), segundo ele, é necessária porque todos os contratos firmados com os fornecedores são prefixados e neles estão embutidos a inflação prevista e os custos financeiros.

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