São Paulo, sexta-feira, 18 de fevereiro de 1994
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Telerj suspende licitação de listas telefônicas

EDNA DANTAS
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da Telerj (Telecomunicações do Rio de Janeiro), José de Castro Ferreira, determinou ontem a suspensão, por tempo indeterminado, da concorrência para edição das listas telefônicas do Rio. A decisão foi anunciada minutos antes da entrega das propostas.
José de Castro Ferreira considerou de "relevância jurídica" as impugnações encaminhadas à estatal pelas editoras Listel (grupo Abril) e Telelistas. Esta última apontou "dirigismo" no edital beneficiando a Oesp Gráfica (grupo "O Estado de S.Paulo").
Esta é a sétima tentativa da Telerj, em oito anos, para contratar uma editora de listas telefônicas. As outras concorrências foram anuladas sob suspeitas de favorecimento. Além disso, tramita na Justiça um recurso da Telelistas reivindicando o direito de edição das listas. O diretor da empresa, James Tompkins, afirma que a editora venceu uma licitação em 86, revogada unilaterlmente pela Telerj.
"O Rio terá listas de qualquer maneira este ano, ainda que a própria Telerj tenha que editar", afirmou. O presidente da estatal, um dos principais interlocutores do presidente Itamar Franco, nega que tenha havido dirigismo no edital. "Não está dirigido, mas pode estar imperfeito", disse. Ele não descartou a possibilidade de anulação da concorrência.
Uma das "falhas" do edital, citada por José de Castro Ferreira, foi a fixação do prazo para a entrega da primeira edição da listas, de 90 dias a partir da data de assinatura do contrato. Segundo empresários do setor ouvidos pela Folha, apenas a Oesp Gráfica teria condições de cumprir este prazo. "Nós iremos fazer uma revisão em todo o processo", afirmou Ferreira.
O presidente da Listel, Wanderley de Castro, afirmara na sexta-feira passada que a licitação organizada pela estatal era uma "brincadeira" e que "só a Oesp Gráfica e mais ninguém" poderia concorrer. Para o empresário, o contrato para edição das listas cariocas, da forma como está sendo conduzido, "é inviável economicamente".
O diretor da Oesp Gráfica, Eduardo Nuno Ferreira de Souza, disse à Folha que a empresa só decidiria sobre sua participação na concorrência no momento da entrega das propostas. "Temos que analisar bem se é vantajoso para empresa participar da disputa." Ele negou que tenha havido qualquer tipo de "dirigismo" no edital beneficiando a Oesp Gráfica. "Isso é brincadeira", afirmou.

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