São Paulo, sexta-feira, 18 de fevereiro de 1994 |
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Segurança é acusado de assédio sexual
DANIELA PINHEIRO
Apenas uma delas, M.L.V., 29, obedecia às ordens de Mota. "Eu não tinha outra escolha, eu precisava demais do emprego", afirmou. As guardetes (como são chamadas as vigias femininas) são funcionárias de uma empresa de segurança, a Planalto, prestadora de serviços para os ministérios. A denúncia partiu da guarda M.G.S., 26, uma das últimas a ser admitida no emprego, que "estranhou" ter que beijar o chefe na boca a cada vez que se encontravam no corredor vazio. Encorajadas pela nova vigilante, as demais resolveram denunciar o chefe. Há mais de quatro meses, o fato foi comunicado ao coordenador de serviços gerais, Hugo Januzzi, mas nenhuma providência foi tomada. O caso foi parar no Sindicato dos Vigilantes, que publicou uma nota acusando Lúcio Bruno de Souza, supervisor da segurança, de chantagem. "Foi uma estratégia para pressionar o Mota, verdadeiro acusado", disse o deputado Chico Vigilante (PT-DF). Por uma semana, Mota deixou de molestar as vigias. Porém, veio a tona outra história: a de que o próprio Lúcio Bruno –que é sobrinho de Mota– também obrigava as vigias a praticar atos obscenos. No dia 10, três delas prestaram depoimento à Delegacia de Mulheres. Tanto Mota quanto Bruno foram acusados. "Quem desobedecesse o Bruno, era imediatamente trocada de setor além de perder a regalia de trabalhar apenas meio expediente por dia", disse V.R.D., 28. Ela foi retirada do ministério a pedido de Bruno e logo depois foi despedida. (Daniela Pinheiro) Texto Anterior: Monique Evans se submeterá a exames Próximo Texto: Acusados se dizem inocentes Índice |
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