São Paulo, sábado, 19 de fevereiro de 1994
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'Ele fazia questão de machucar'

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A vigilante R.T.R., 30, disse que foi estuprada por seu chefe, Irael da Mota, ao longo de sete meses. Segundo ela, Mota a levava para o gabinete e tapava sua boca com as mãos: "Ele fazia questão de me machucar para mostrar que tinha poder." R.T.R disse que Mota chegou a estuprá-la "até três vezes por dia".
Para ela, o chefe é "um tarado, um louco psicopata". Com pena da família de Mota, ela ainda telefonou por duas vezes para avisar a mulher dos crimes do marido, mas desistiu. "Acho que ela não ia acreditar."
Folha – Por que esperar tanto tempo para fazer a denúncia?
R.T.R – As pessoas não acreditam mas eu tinha muito medo. Todas nós precisamos desse emprego. Não tinha ninguém para ajudar a gente. Mas se todas resolvem falar, eu falo tudo também.
Folha – O que o Mota fazia com você?
R.T.R – Ele fazia de tudo naquela mesinha da sala dele onde tem umas chaves penduradas. Ele transava de qualquer jeito. Queria sexo anal à força. Ele tirava as calças e mandava eu engolir esperma porque fazia bem para a pele.
Folha – Quem sabia do que ocorria?
R.T.R – Todo mundo. A gente reclamou e ninguém fez nada.

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