São Paulo, sábado, 19 de fevereiro de 1994
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MAU PERDE NA VIDA REAL E NO FAZ-DE-CONTA

PAULA MEDEIROS DE OLIVEIRA
DA REDAÇÃO

As pessoas têm bons e maus sentimentos. Muitas vezes, podem ser egoístas, invejosas e ciumentas. Essas são algumas qualidades dos seres humanos. Qualidades ruins. Nos filmes, os personagens que só têm essas qualidades são os vilões. Eles sempre perdem no final. Nesse tipo de história, as pessoas boas são heróis e todo mundo torce por elas. Mas os seres humanos não são sempre bons ou sempre maus, eles têm essas qualidades misturadas.
Os personagens malvados não existem só nas histórias de faz-de-conta. Existem na vida real e são os que assustam mais. Em novembro de 1991, o DataFolha fez uma pesquisa sobre medo e entrevistou crianças de 7 a 12 anos. Das 400 crianças ouvidas, 84 disseram ter mais medo de ladrões e assassinos do que de bruxas e vampiros.
O médico psiquiatra Mauro Mercadante disse à Folhinha que o filme "O Anjo Malvado" é como um conto de fadas, porque é fácil saber quem é bom e quem é mau, e o vilão é castigado no fim da história. Mauro acha que as crianças não vão gostar muito de assistir Macaulay fazendo um papel como esse, porque preferem gostar dos vencedores.
A educadora Zélia Cavalcanti, da Escola da Vila, acha que as crianças norte-americanas que não gostam do filme estão certas, porque "Macaulay faz o papel de um menino doente, as coisas que ele faz não são saudáveis, e ele precisa de ajuda".

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