São Paulo, domingo, 20 de fevereiro de 1994
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Chuva de dólares

ANDRÉ LAHOZ MENDONÇA DE BARROS

A taxa de câmbio será um preço essencial nos próximos meses. É importante saber, portanto, qual a magnitude das reservas internacionais. O último dado oficial, de novembro, dava conta de um nível de US$ 31 bilhões. As estimativas de dezembro são de US$ 33 bilhões.
Esse número deve ter crescido muito de lá para cá. O acompanhamento dos fechamentos de contratos de câmbio mostram que em janeiro US$ 3,3 bilhões entraram no Bacen. E para fevereiro, estima-se que esse número será ainda maior: US$ 4 bilhões. Considerando-se os pagamentos feitos pelo país, chega-se a um total de reservas para o fim do mês de cerca de US$ 39 bilhões.
Por um lado, esse número resulta de um vigoroso desempenho comercial, capaz de gerar em 93 um saldo de US$ 13,1 bilhões. Por outro, recentemente há um afluxo forte de capitais. Os altos juros e as bolsas atraem dólares de todo o mundo, e lentamente os investidores menos especulativos vão colocando recursos com prazo de permanência mais longo.
No entanto, esse afluxo tem impactos monetários. Nesse sentido, pode-se prever que o governo será obrigado a lançar mão de um controle maior para restringir a entrada de dólares.

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