São Paulo, quarta-feira, 23 de fevereiro de 1994
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Pagers viram nova mania entre americanos

DONNA ROSA
DO "USA TODAY"

Esse som de piu-piu que você está ouvindo não é um passarinho –é o novo som feito pelos pagers. Esses aparelhinhos que costumavam tocar no bolso dos encanadores ou nas pastas dos executivos –e também nas dos traficantes de drogas– agora estão sendo vistos cada vez mais nas mãos de crianças, adolescentes e pais que trabalham fora de casa.
Metade dos pagers hoje vendidos nos Estados Unidos são para uso pessoal. É o que diz a Telocator, a associação da indústria das comunicações pessoais. Julie Mullian, da Circuit City, que vende artigos eletrônicos no varejo, diz que os pagers são o produto mais vendido por sua loja durante as férias.
As vendas de pagers, que mostram números telefônicos ou mensagens escritas em seus displays, aumentaram 25% no ano passado. Hoje existem cerca de 19 milhões de pagers em uso nos Estados Unidos, contra 10 milhões em 1990. Até 1997 este número já deverá haver crescido para quase 30 milhões.
"O mais legal dos pagers é a variedade de utilidades que os consumidores estão encontrando para eles", diz Rob Pollack, diretor de marketing da Motorola, que controla cerca de 85% do mercado de pagers.
Os pais que saem, deixando seus filhos em casa, levam pagers para que a "baby-sitter" possa entrar em contato com eles se for preciso. Adultos dão seu número de pager a seus pais idosos e filhos adolescentes para que possam ser contatados sem dificuldade. Operários de fábricas e da construção civil usam pagers porque não têm acesso fácil a um telefone.
Para mandar um recado ao pager de alguém, basta ter um telefone. Normalmente você disca um número de prefixo 800 e o número do pager da pessoa que você está querendo contatar. Depois você disca o número de onde você está, e esse número será mostrado na telinha do pager.
Os fabricantes de pagers estão fazendo uma grande investida para atrair usuários não comerciais. No início do ano a Motorola lançou uma campanha publicitária dirigida aos pais para promover vários pagers projetados especificamente para os consumidores.
Os pagers da Motorola são menores e mais leves do que os tradicionais. Eles vêm em cores brilhantes e têm características que os diferenciam, como um toque musical ou um piu-piu de passarinho em lugar do som de bip normal. Como um relógio, eles indicam o dia, a hora e têm uma função despertador.
Por que mais pessoas estão usando pagers? Por terem preço mais acessível.
Os preços de pagers estão caindo. Os bips custam em média US$ 100, contra cerca de US$ 400 há dez anos. As taxas de manutenção chegam a US$ 15 por mês, em média.
Hoje um bip que dois anos atrás teria custado US$ 149 sai por US$ 89, diz Bob Fraser, comprador de produtos eletrônicos da ABC Warehouse, uma rede de produtos eletrônicos para consumidores no Michigan.
Os custos diminuiram porque, hoje, produzir pagers custa menos, mas a crescente demanda de bips também está reduzindo os custos.
Um pager também custa menos do que um telefone celular. Um telefone celular custa cerca de US$ 150, mas as taxas mensais e as taxas de acesso o tornam muito mais caro do que um pager.
Disponibilidade: alguns anos atrás não era possível adquirir um pager no varejo. Os consumidores tinham que procurar diretamente uma empresa fornecedora de serviços de pager. Agora a KMart e a Wal-Mart vendem pagers, além de redes de produtos eletrônicos no varejo como a Circuit City, a Best Buy e a Radio Shack.

Tradução de Clara Allain

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