São Paulo, quarta-feira, 23 de fevereiro de 1994
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Moscou veta ultimatos em outras áreas da Bósnia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Diplomatas dos EUA, Rússia, Canadá, União Européia e ONU reuniram-se ontem em Bonn para discutir maneiras de estender ao resto da Bósnia o cessar-fogo que está em vigor em Sarajevo. Apesar do consenso em torno da necessidade de evitar novos massacres à população civil, a Rússia vetou novos ultimatos da Otan como aquele que forçou os sérvios a recuarem na capital bósnia.
Os participantes preferiram salientar a "coesão" em torno da idéia de usar a trégua em Sarajevo como trampolim para levar muçulmanos, sérvios e croatas a assinarem um acordo de paz.
A próxima iniciativa deverá ser tentar reabrir o aeroporto da cidade muçulmana de Tuzla, sitiada pelos sérvios, até 7 de março. Os sérvios-bósnios e o Exército da Iugoslávia não aceitam a reabertura.
Em Zagreb, a ONU anunciou para hoje uma reunião entre líderes militares muçulmanos e croatas-bósnios onde deverá ser assinado um acordo de paz entre as duas partes. Muçulmanos e croatas eram aliados contra os sérvios até o início de 1993, quando a ONU passou a propor a divisão da Bósnia em três países independentes.
A Rússia, que convenceu seus aliados sérvios a curvar-se ao ultimato da Otan em troca do envio de tropas russas a Sarajevo, propôs uma reunião de cúpula com EUA, Reino Unido, França e Alemanha para pressionar pela paz. Reagindo ao que Moscou tem apresentado como uma vitória diplomática sua, o secretário de Estado dos EUA, Warren Christopher, advertiu que as tropas russas em Sarajevo deverão "agir profissionalmente, ou não ficarão lá por muito tempo".
A Grécia recusou-se a levantar o embargo econômico que impôs na semana passada à ex-república iugoslava da Macedônia. A União Européia reagiu afirmando que a atitude grega é "inconcebível".

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